Mais do que aconchegante: ‘casa viva’ é o mote da CasaCor 2018, que começa na terça

Patrícia Santos Dumont
pdumont@hojeemdia.com.br
03/08/2018 às 17:05.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:45
 (Daniel Mansur/Divulgação)

(Daniel Mansur/Divulgação)

Ter um canto bem arrumado, com móveis de qualidade e um toque profissional deixou de ser o suficiente para se sentir à vontade e acolhido no próprio lar. Conforto, conexão com o meio ambiente e funcionalidade são palavras-chave para quem deseja ter mais do que um refúgio cheio de personalidade: uma casa viva.

Mote da 24ª CasaCor Minas, que acontece em Belo Horizonte a partir de terça-feira, o conceito compreende espaços multifuncionais, como quarto que é também escritório, presença de plantas e de outros elementos que remetam à natureza, além do incentivo ao uso constante e por todos de cada pedaço do lar.

Responsáveis por assinar espaços com temática parecida – a do compartilhamento –, Rodrigo Aguiar e o trio de arquitetos do Studio Simplí (Paula Freitas, André França e Rute Zocratto) priorizaram o aproveitamento das pequenas metragens (40 m² e 24m², respectivamente) ao conforto máximo. 

“Aqui, moradia e ambiente de trabalho compõem a mesma cena. Desta forma, soluções funcionais se alinham à criatividade, como no caso do sofá dividido em módulos, que poderá se transformar numa cama. Tudo foi adequado a um mesmo espaço exatamente para potencializar o uso da casa de maneira bem confortável e prática”, detalha o arquiteto. 

Responsável pelo home cinema da mostra, a arquiteta Estela Netto privilegiou a funcionalidade do espaço – que serve tanto para estar quanto para cinema. Segundo a profissional, o ambiente retrata a realidade da maioria das moradias, que deixaram de ter espaços para usos individualizados. “Nosso intuito é mostrar essa tendência de não restringir o universo de possibilidades que um mesmo local pode proporcionar”, explica.

No ambiente dela, que pode ser reproduzido em casa, inclusive, cores neutras e materiais naturais, como mármore e linho, conferem aconchego e atemporalidade, possibilitando um uso mais perene do espaço. 

“A pessoa se sente mais confortável num local assim. Além disso, não dá mais para não se preocupar com a atemporalidade. Ser sustentável é necessário”, reforça. 

Rotinas integradas

Integrar as crianças à rotina e aos programas da família foi a preocupação da designer de interiores Laura Santos ao criar o Espaço Bem-Estar – misto de áreas de churrasqueira, kids e fitness, com cantinho até para os pets.

Nessa área, a profissional priorizou a interação e a conectividade entre os familiares, lançando mão de um piso emborrachado, anti-impacto, que pode até ser personalizado com cores e formatos. 

“Quis mostrar que é possível facilitar a vida da família, da mãe que acabou de ter um filho e não tem tempo de ir a uma academia, por exemplo, ou do casal que quer receber amigos, mas não deseja abrir mão de estar com as crianças”, diz Laura. 

A edição deste ano da CasaCor Minas vai de 7 de agosto a 16 de setembro. Maior mostra de arquitetura, design de interiores e paisagismo, apresenta 49 ambientes assinados por 86 profissionais. Os ingressos podem ser adquiridos no local ou pelo siste ingressorapido.com.br, clicando aqui

Além disso:

Único ambiente corporativo nesta edição da CasaCor Minas, o espaço de mesmo nome assinado pelo arquiteto Júnior Piacesi carrega o conceito de neuroarquitetura. A ideia é a de que o ambiente, habitualmente impessoal, seja capaz de despertar boas sensações e, consequentemente, aumentar a produtividade dos usuários.

“É um conceito novo, que vem sendo pesquisado principalmente nos Estados Unidos, e que mostra que quando trabalhamos com as emoções das pessoas geramos mais resultado positivos”, explica o profissional. 

Além da disposição correta dos móveis e dos objetos de decoração, as cores também têm grande importância, já que são capazes de estimular determinados comportamentos e áreas do cérebro. Da mesma forma, uma iluminação adequada é fundamental para garantir o máximo aproveitamento dos espaços, reduzindo o cansaço da visão e gerando menos desgaste.

Para replicar o modelo do escritório, a dica do profissional é manter o projeto com a “cara do dono”. Mobiliário, cores e objetos decorativos devem “conversar” com os usuários e proporcionar conforto e aconchego. No espaço da CasaCor, por exemplo, o arquiteto substitui paredes por cortinas automatizadas, que possibilitam uma ambientação mais integrada e maior convivência entre os colaboradores. 

 Daniel Mansur/DivulgaçãoCOLIVING
Projeto de Rodrigo Aguiar reforça tendência do compartilhamento. Banheiro, quarto, cozinha, escritório e sala de estar dividem área de 40 m² sustentada sobre o seguinte pilar: tecnologia, aconchego, acolhimento e descanso. “Adequamos tudo no mesmo espaço para potencializar o uso da casa”Gustavo Xavier/DivulgaçãoLOFT COMPACTO DO JOVEM
Ambiente do Studio Simplí, de Paula Freitas, André França e Rute Zocratto, combina design e conforto. Loft de 45 m² tem cama no mezanino com acesso por escada de correr, que também separa a cozinha da sala. Vidro no banheiro confere amplitude ao espaço e persiana dá privacidade quando necessárioRodrigo Xavier/Divulgacação

CORPORATIVO
Conceitos de neuroarquitetura (humanização dos ambientes) e biofilia (amor à natureza) foram empregados no projeto de Júnior Piacesi, que “quebrou” a impessoalidade do escritório com plantas, iluminação adequada, texturas e mobiliário leve. Cortinas evitaram a necessidade de muitas paredesDaniel Mansur/DivulgaçãoHOME CINEMA 
Espaço criado por Estela Netto deixou de ser um “elefante branco”. Ambiente é dividido entre sala de cinema e de estar e prioriza materiais naturais e plantas, que dão aconchego e conforto. “Locais restritos a uma só função não cabem mais na decoração contemporânea”Daniel Mansur/DivulgaçãoESPAÇO BEM-ESTAR
Ambiente criado por Laura Santos propõe uma combinação harmônica entre área de estar, churrasqueira, espaço kids e fitness. Piso emborrachado, anti-impacto, dá mais liberdade aos usuários e permite, inclusive, a personalização com cores variadas. “Priorizamos a interação e a conectividade entre os familiares”, diz a arquiteta

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