Mensagens golpistas

Saiba quem são os empresários bolsonaristas alvos de operação da PF nesta terça

Jader Xavier
@ojaderxavierjsbarbosa@hojeemdia.com.br
23/08/2022 às 15:59.
Atualizado em 23/08/2022 às 17:09
Juiz da 7a Vara do Trabalho de Florianópolis, condenou Luciano Hang ao pagamento de R$ 85 milhões em multa (Divulgação)

Juiz da 7a Vara do Trabalho de Florianópolis, condenou Luciano Hang ao pagamento de R$ 85 milhões em multa (Divulgação)

A Polícia Federal cumpriu nesta terça-feira (23) oito mandados de busca e apreensão contra empresários bolsonaristas que compartilharam mensagens com conteúdos golpistas em um grupo de WhatsApp. As mensagens foram reveladas pela coluna Guilherme Amado do portal Metrópoles.

Os mandados foram expedidos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. A ação ocorreu em cinco estados brasileiros: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará.

Os alvos foram os empresários Luciano Hang - dono da rede de lojas Havan; José Koury - dono da Barra World Shopping; Afrânio Barreira - dono da rede de restaurantes Coco Bambu; Ivan Wrobel - sócio da W3 Engenharia; José Isaac Peres - acionista da rede de shoppings Multiplan; Luiz André Tissot - dono da Sierra Móveis; Marco Aurélio Raymundo - da marca de roupas Mormaii; e Meyer Joseph Nigri - fundador da empreiteira Tecnisa.

Nas mensagens divulgadas pelo Metrópoles, eles afirmam que preferem um golpe militar ao invés do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reassumir a cadeira do Palácio do Planalto. “Prefiro golpe do que a volta do PT. Um milhão de vezes. E com certeza ninguém vai deixar de fazer negócios com o Brasil. Como fazem com várias ditaduras pelo mundo”, disse o proprietário do shopping Barra World, José Koury.

“Quero ver se o STF tem coragem de fraudar as eleições após um desfile militar na Av. Atlântica com as tropas aplaudidas pelo público”, publicou Wrobel, da W3 Engenharia. “O 7 de setembro está sendo programado para unir o povo e o Exército e ao mesmo tempo deixar claro de que lado o Exército está. Estratégia top e o palco será o Rio. A cidade ícone brasileira no exterior. Vai deixar muito claro”, digitou o dono da marca Mormaii, Marco Aurélio Raymundo.

O Hoje em Dia entrou em contato com todos os alvos da operação desta terça-feira.

O dono da rede lojas Havan, Luciano Hang, negou que tenha falado em golpe militar. “Eu nunca falei de STF ou de golpe. O jornalista, de forma leviana e sensacionalista, usou trechos desconexos de conversas e a tirou de contexto”, afirma.

O emprasário do Coco Bambu, Afrânio Barreira, também negou ter defendido um golpe. “Estou absolutamente tranquilo, pois minha única manifestação sobre o assunto foi um “emoji” sinalizando a leitura da mensagem, sem estar endossando ou concordando com seu teor. Confio na justiça e vamos provar que sempre fui totalmente favorável à democracia. Nunca defendi, verbalizei, pensei ou escrevi a favor de qualquer movimento anti-democrático ou de 'golpe'. Assim, sou a favor da liberdade, democracia e de um processo eleitoral justo”.

Os outros empresários ainda não retornaram o contato da reportagem.

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