Acusação e defesa a postos para embate no fórum de Contagem

Fernando Zuba - Hoje em Dia
03/03/2013 às 08:31.
Atualizado em 21/11/2021 às 01:31
 (Eugênio Moraes)

(Eugênio Moraes)

O futuro do goleiro Bruno Fernandes das Dores de Souza, de 28 anos, começa a ser definido na segunda-feira (4), no Tribunal do Júri de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Com passagens por grandes equipes do país, como Atlético, Corinthians e Flamengo, o atleta está fora de atividade há quase três anos.

Preso na Penitenciária Nelson Hungria, ele é acusado de ser o articulador de um esquema criminoso que resultou no desaparecimento de sua ex-amante Eliza Samudio, considerada morta pela Justiça.
 
A mulher, que teve um filho com Bruno, motivo da discórdia entre o casal, sumiu em junho de 2010. Ela tentava obter o reconhecimento de paternidade e cobrava pensão alimentícia. Desde então, um processo turbulento se arrasta no Judiciário.

O caso é marcado por reviravoltas, como as constantes trocas de advogados feitas por Bruno, além das dezenas de pedidos de habeas corpus para tentar livrar da cadeia o atleta e os demais suspeitos. Dois deles foram condenados (veja quadro ao lado).

A partir de agora, defesa e acusação vão se digladiar, por meio de estratégias jurídicas que incluem provas documentais e testemunhais, na tentativa de convencer o conselho de sentença das argumentações. O assistente de acusação, o advogado José Arteiro Cavalcante, que também representa os interesses da família de Eliza Samudio, diz estar confiante quanto à condenação do goleiro. “Não tenho dúvidas de que ele foi o mandante”.


Carta na manga

Mesmo convicto, Arteiro não quer correr riscos. Não por acaso incluiu no processo uma nova testemunha, que, segundo ele, poderá convencer os sete jurados da efetiva participação do goleiro na morte da ex-modelo. “Vou levar uma testemunha que vai apontar o dedo para Bruno e lembrá-lo como foi o caso”, disse o assistente de acusação, que prefere manter em sigilo o nome de sua “carta na manga”.


Ilegalidades

Já a defesa do goleiro, encabeçada pelo advogado Lúcio Adolfo, está de posse de farta documentação. O material será usado para provar que o inquérito policial foi elaborado de maneira incorreta, fora dos padrões, além de ser inconclusivo. “O acusado Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, foi julgado e condenado. No entanto, faltavam mais de 500 páginas no processo”, afirma.

Adolfo garante ter provas que mostram incoerências na investigação. “O depoimento do primo de Bruno, à época menor de 18 anos, é repleto de contradições e foi feito à polícia sem a presença de um representante legal”, assinala Lúcio Adolfo.

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