Pinheiros minimiza força grega no 'Mundial' de basquete

Alessandro Lucchetti
22/08/2013 às 18:15.
Atualizado em 20/11/2021 às 21:14

A Copa Intercontinental de Basquete foi relançada oficialmente em São Paulo nesta quinta-feira. Em entrevista coletiva, a competição foi apresentada reunindo o Pinheiros/Sky, campeão de Liga das Américas, e o poderoso Olympiacos, da Grécia, que é bicampeão da Euroliga. As partidas serão nos dias 4 e 6 de outubro, em Barueri.

A diferença de investimento e de qualidade dos elencos - o Olympiacos tem cinco norte-americanos e quatro integrantes da seleção grega - não intimida o ala norte-americano Shamell, segundo maior cestinha da história do NBB e MVP da Liga das Américas. "Todos sabem que nosso time é muito mais fraco do que o Olympiacos. Ninguém lá conhece o Pinheiros, e eles têm um orçamento que deve ser três vezes maior que o nosso. Todos vocês devem estar achando que vamos tomar um couro. Mas na hora da quadra isso não vale nada. Vão nessa. A gente tem uma chance e vamos brigar por ela. Na Liga das Américas, perdemos quatro jogos do Lanús (da Argentina), mas vencemos na fase final".

O técnico Cláudio Mortari, aos 64 anos de idade, tem a chance de conquistar o título do Interclubes pela segunda vez - em 79, foi campeão no ginásio do Ibirapuera, comandando o Esporte Clube Sírio, que à época contava com Oscar Schmidt, Marcel, Marquinhos, Larry, Saiani, Dódi e Marcelo Vido.

"Quero que entendam que é muito difícil não só vencer a Copa Intercontinental, como até mesmo disputá-la. Tive a felicidade de disputar cinco vezes - quatro pelo Sírio, uma pelo Corinthians -, e agora novamente, pelo Pinheiros, e de conquistar um título. Em 79, derrotamos o Bosna, que era a base da seleção da Iugoslávia, campeã olímpica um ano depois. Aliás, eles me deram o troco nos Jogos de Moscou. Como técnico da seleção brasileira, perdi por um ponto na Olimpíada para a Iugoslávia, que foi um dos times mais fantásticos que já vi na minha vida".

O Pinheiros cogita a possibilidade de fazer algumas contratações para se reforçar. "Esta equipe em nenhum momento me decepcionou. Teremos uma dificuldade muito grande contra o Olympiacos, que ganhou do Real Madrid na final europeia. Mas tenho certeza de que podemos fazer um jogo absolutamente de igual para igual", diz Mortari.

Se cada equipe vencer um jogo, o primeiro critério de desempate será o saldo de cestas. O segundo é o cesta average - a divisão dos pontos sofridos pelos convertidos. Assim, vencer por 70 a 60 é mais vantajoso do que perder por 80 a 70. Se os dois placares forem idênticos, um para cada lado, haverá uma prorrogação de cinco minutos.

Segundo Alberto García, secretário-geral da Fiba Américas, os direitos de transmissão do evento se estendem a 70 países. Se o evento ganhar a chancela da Fiba, poderá se tornar de fato um Mundial, como a Copa William Jones de 79, que teve a participação de uma equipe norte-americana, uma italiana e uma de Porto Rico.

"O presidente da Fiba Ásia já me telefonou, dizendo que está interessado em jogar no ano que vem. O secretário-geral da Fiba África também. E até mesmo a vice-presidente de assuntos internacionais da NBA me ligou, dizendo 'que negócio é esse de haver um campeão do mundo de uma competição sem uma equipe da NBA?'. Podemos sonhar com isso", diz García.

A única disputa interclubes internacional nestes moldes a envolver equipes da NBA foi o Mc Donald's Open, de 87 a 99 - no último ano, o Vasco da Gama foi à final, que perdeu para o San Antonio Spurs.

"Antes de pensar nisso, entretanto, a edição deste ano terá que ser um sucesso, em termos de organização, seriedade, limpeza, credibilidade e promoção", complementa García, que foi pessoalmente inspecionar os hotéis de Barueri, e contou até quantas toalhas são cedidas a cada hóspede.
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