Microempresários esperam ações do novo ministro Afif Domingos

Hoje em Dia
11/05/2013 às 07:50.
Atualizado em 21/11/2021 às 03:35

A presidente Dilma Rousseff pode ou não ganhar o apoio do PSD com a nomeação do vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos, como ministro da Micro e Pequena Empresa. É certo, porém, que a nomeação dá um alento aos empresários desse setor, diante da promessa de que seu primeiro trabalho será a redução da burocracia para abertura e fechamento de empresas.

Antes de entrar para a política partidária, o novo ministro foi presidente da Associação Comercial de São Paulo e conhece bem os problemas das micro e pequenas empresas, sempre às voltas com as amarras burocráticas ao seu desenvolvimento. Ele liderou movimentos que resultaram na aprovação do Estatuto da Microempresa e da legislação do microempreendedor. Foi um avanço, mas estava faltando dar ao setor prioridade nas políticas públicas. A criação do novo ministério é um sinal de mudanças quanto a isso. O foco dos governantes tem sido, historicamente, as grandes empresas, como montadoras de veículos e bancos.

Enquanto Afif estiver desimpedido para tocar o novo ministério, ele pode fazer muita coisa. Problema haverá, se tiver que assumir, com grande frequência, o governo de São Paulo, nas ausências do governador Geraldo Alckmin, do PSDB. Ontem Afif deixou claro que pretende se exonerar temporariamente do novo cargo, sempre que isso ocorrer. Não há impedimento legal, conforme o ministro. Ele já havia declarado que sua intenção não é “servir a dois senhores”, mas a uma causa.

O que não parece tão animador, para os mineiros, é que o dublê de ministro e vice-governador disse que dará prioridade a São Paulo, ao investir na desburocratização para incentivar o registro de micro e pequenas empresas e, desse modo, melhorar a posição vergonhosa do Brasil no ranking dos países com ambiente de negócio menos hostil aos empreendedores. Seria interessante se Afif voltasse sua atenção também a Minas, que vem perdendo posição entre os estados, em termos de futuros projetos de investimentos.

Conforme pesquisa publicada há dois dias, do total de 9 mil empreendimentos anunciados para o país até 2017, apenas 8,9% deverão ser realizados em Minas. E boa parte destes, relacionados com a área de mineração, setor dominado por grandes grupos econômicos e que tem criado poucos empregos para os mineiros. Nos projetos de infraestrutura, segundo a pesquisa, só 4,4% vão beneficiar Minas, que está bem atrás do Nordeste, com 37,7%.

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