Novo governador de Minas herda rombo bilionário e dívida com servidores e municípios

Lucas Simões
01/01/2019 às 19:36.
Atualizado em 05/09/2021 às 15:49
 (Editoria de Arte)

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Ao assumir o cargo de chefe do Executivo de Minas como o primeiro governador eleito pelo partido Novo no país, o empresário de Araxá Romeu Zema terá que lidar com outras pedras no caminho, além do rombo nos cofres públicos que pode chegar a R$ 30 bilhões.

O principal desafio é o déficit do Estado. Aprovado em R$ 11,4 bilhões pela Assembleia Legislativa, o valor deve ultrapassar a cifra apresentada pelo ex- governador Fernando Pimentel (PT). A previsão de Zema e de Mateus Simões, vereador licenciado que coordenou a equipe de transição, é a de que o montante seja quase três vezes o que foi anunciado. 

“Os valores mais corretos só teremos a partir da segunda quinzena de janeiro. Mas, com certeza, ultrapassa a previsão do governo (de Fernando Pimentel)”, diz Mateus.

O funcionalismo público também espera de Zema uma solução para o parcelamento dos salários dos 633 mil servidores. A gestão petista chegou ao fim devendo, ainda, o pagamento do 13º salário, um débito de cerca de R$ 2,1 bilhões. Agrava a situação a dívida de R$ 11,9 bilhões que o Estado tem com os municípios, referentes a repasses atrasados de ICMS, IPVA e Fundeb — por lei, 25% desses impostos devem ser entregues pelo Estado às prefeituras. 

Saída já ventilada por Zema é propor uma lei para que o repasse caia diretamente nas contas dos municípios, sem intermédio do Estado. “É uma visão interessante, mas teríamos trabalho para aprovar uma legislação dessa magnitude. O correto seria garantir os repasses e não ficar segurando todo mês”, avalia o presidente da Associação Mineira dos Municípios (AMM) e prefeito de Moema, Julvan Lacerda.

ARTICULAÇÃO

Além de enfrentar a questão financeira, Romeu Zema terá o desafio de dialogar com a classe política, à qual não poupa críticas.
Para a Assembleia, o partido Novo conseguiu eleger três dos 77 deputados, sendo representado pelos estreantes Bartô, Guilherme Cunha e Laura Serrano. 

Mesmo apoiando o favorito para a presidência da Assembleia – o deputado Agostinho Patrus (PV), simpático a Zema –, a legenda do governador provavelmente irá enfrentar a oposição do PT, que manteve a maioria no Legislativo estadual, com dez parlamentares. 
Os 77 deputados serão empossados em 1º de fevereiro, quando também ocorrerá a eleição da Mesa Diretora da Assembleia. 

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