Crise econômica faz aeroporto da Pampulha virar espaço fantasma

Raul Mariano
rmariano@hojeemdia.com.br
04/04/2016 às 20:28.
Atualizado em 16/11/2021 às 02:47
 (Lucas Prates/Hoje em Dia)

(Lucas Prates/Hoje em Dia)

A crise econômica que atinge as companhias aéreas brasileiras e impacta o setor de aviação chegou com força total ao Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte. Com a suspensão dos voos da Azul Linhas Aéreas, o local ficou praticamente abandonado.

Dados da Infraero apontam que os embarques e desembarques na Pampulha caíram 55,8% no primeiro bimestre de 2016, na comparação com mesmo período do ano anterior. Isso antes da suspensão dos voos da Azul.

O processo de esvaziamento começou em 2015, quando o aeroporto recebeu cerca 712 mil embarques e desembarques, 232 mil a menos do que em 2014. Hoje, o aeroporto realiza uma média diária de oito pousos e decolagens de segunda a sexta-feira. Nos fins de semana, são cerca de três pousos e decolagens, segundo a Infraero.
 LUCAS PRATES 

Com apenas oito pousos e decolagens diárias, o saguão permanece deserto a maior parte do dia 


Com a redução do fluxo, quase todas as empresas localizadas dentro do terminal já fecharam as portas.Uma lanchonete, uma revistaria na área pública e uma cafeteria no embarque, além de dois contratos relativos a caixas eletrônicos, foram encerrados conforme informações da Infraero. A estatal informou que está aberta a receber novas companhias e voos, mas que não há demanda no momento.

Na tarde de ontem, apenas uma loja de doces e cachaças funcionava no local. “Praticamente não fazemos mais vendas aqui. O movimento no aeroporto acabou e, agora, temos pouquíssimos voos por dia. O problema nem é só a crise econômica, mas a demanda que a Pampulha perdeu com a transferência de voos para o Aeroporto de Confins”, avaliou a lojista Sílvia Oliveira. 

Profissionais que dependem da demanda do aeroporto para desenvolverem suas atividades também estão sentido o peso do baixo movimento na Pampulha. O taxista José Rodrigues, que transporta passageiros do aeroporto há 30 anos, afirma que nunca viu um movimento tão fraco no local.“Sinceramente, não sabemos o que vai acontecer com o aeroporto”, comenta.
  

Com a queda drástica no volume de clientes, a cafeteria do aeroporto fechou as portas 

 
No restaurante Churrasquinho do Manoel, situado a dois quarteirões do aeroporto, a queda da demanda levou os proprietários a reduzirem, inclusive, a equipe de funcionários que trabalhava no local.“Até o início do ano passado, a gente recebia cerca de 350 pessoas por dia para o almoço, grande parte vinda de usuários do aeroporto. Hoje, esse número não chega a 140 pessoas por dia. Infelizmente tivemos que dispensar seis funcionários e vamos precisar reduzir mais”, relata a funcionária Iraildes Fernandes.

Quedas

Um levantamento da Associação Brasileira de Empresas Aéreas (Abear) aponta que, em março, a demanda por voos domésticos no Brasil recuou 3,1% na comparação com o mesmo mês de 2015. Essa foi a sétima variação negativa consecutiva.

  

  

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