Para Trump, pagamentos a supostas ex-amantes 'não são violação' de lei eleitoral

Agence France Presse
22/08/2018 às 17:26.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:03
 (MANDEL NGAN / AFP)

(MANDEL NGAN / AFP)

O presidente americano, Donald Trump, alegou que os pagamentos feitos por um ex-advogado a duas supostas ex-amantes para comprar o silêncio delas durante a campanha eleitoral "não são uma violação" das leis eleitorais, segundo um trecho de uma entrevista difundido nesta quarta-feira (22).

Na véspera, o ex-advogado de Trump, Michael Cohen, reconheceu a culpa perante uma corte federal de seis acusações de fraude e duas de violação de leis de financiamento da campanha de 2016, por ter feito os pagamentos para silenciar mulheres que supostamente tiveram casos com o então candidato republicano à Casa Branca.

Mas ao comentar os pagamentos em entrevista ao programa noticioso "Fox and Friends", Trump insistiu: "Isto não é nem mesmo uma violação de campanha". 

"Eles [os recursos] não saíram da campanha, saíram de mim e eu tuitei sobre isto", acrescentou.

Em um duro golpe para o presidente, Cohen detalhou no tribunal como ele fez os pagamentos - supostamente à estrela de filmes pornô Stormy Daniels e à modelo da playboy Karen McDougal - e alegou ter agido a pedido de seu chefe.

Trump negou reiteradamente ter qualquer conhecimento dos pagamentos na época, embora tenha aceitado que foram feitos usando seus recursos - aos quais Cohen teve acesso.

"Eu soube posteriormente", reiterou Trump na entrevista.

O presidente americano voltou as armas contra uma suposta violação de campanha, de US$ 375.000 após as eleições de 2008.

"Se você olhar para o presidente Obama, ele cometeu uma enorme violação de campanha, mas havia um procurador-geral diferente e eles viram isto de forma muito diferente", declarou Trump.

Embora o caso que resultou na condenação de Cohen não esteja vinculado à investigação sobre um possível conluio da campanha eleitoral de Trump com a Rússia, realizada pelo procurador especial Robert Mueller, o mesmo abre a possibilidade de que ele coopere com esta investigação, revelando informações para reduzir sua pena.

Consultada nesta quarta-feira (22) sobre este cenário, a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, disse que em sua opinião o presidente "não está nada preocupado". 

"Sabemos que não fez nada de errado e que não houve conluio" com os russos, acrescentou.

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