Passagem dos coletivos em BH deveria custar R$ 6,35, diz auditoria

Malú Damázio
21/12/2018 às 12:30.
Atualizado em 05/09/2021 às 15:41
 (Hoje em Dia)

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O preço da passagem dos ônibus de Belo Horizonte deveria ser de R$ 6,35. O valor foi revelado nesta sexta-feira (21) durante apresentação dos dados da auditoria da BHTrans, realizada durante os últimos oito meses no município. 

O prefeito Alexandre Kalil afirmou, no entanto, que a taxa é “impraticável” e disse que tentará chegar a um valor mais baixo em tratativa com o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Setra BH). Kalil se reunirá com o empresariado às 14 horas para discutir o reajuste do preço da passagem. 

A auditoria, realizada pela empresa Maciel, contratada pela PBH, analisou 104 mil documentos dos quatro consórcios de ônibus que operam na capital – Pampulha, BHLeste, Dez e Dom Pedro II. Para chegar ao valor final, foram considerados a receita, os custos, a área de investimentos e o lucro líquido de cada um. Os dados estarão disponíveis no site da prefeitura para consulta. 

O estudo utilizou documentos das empresas de ônibus de 2013 a 2016 – período em que a tarifa sofreu reajustes. Como nos dois anos da gestão Kalil o preço das passagens foi mantido em R$ 4,05, o prefeito alegou que a consultoria não os considerou para fazer o cálculo. 

Um segundo cálculo foi feito utilizando a metodologia da Associação Nacional dos Transportes Públicos (ANTP). Por meio dessa fórmula, o valor mínimo da tarifa deveria ser de R$ 5 e o máximo de R$ 5,61. 

“Esse não é um preço viável. Vamos conversar sobre isso com o Setra. Não há o menor cabimento em tarifarmos o preço da ANTP e muito menos o da consultoria”, garantiu Kalil, que se disse “assustado” com o resultado da abertura da caixa preta da BHTrans.

O prefeito ainda descartou a possibilidade de a PBH subsidiar parte da tarifa, quando o valor for reajustado. “Vocês escolhem, vou tirar de onde? Da merenda da creche, do remédio, da contratação de médicos ou de professoras? Nós temos que escolher se vamos dar remédio ou subsidiar a passagem. Na minha gestão isso está fora de cogitação”, disse. 

O contrato com as empresas de ônibus foi assinado em 2008 e é válido até 2028. Segundo Kalil, não foram encontradas irregularidades no acordo. 

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