Em debate morno, candidatos à PBH focam ataques a Kalil

Tatiana Moraes
tmoraes@hojeemdia.com.br
28/09/2016 às 00:47.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:00

As 'dobradinhas' marcaram o penúltimo debate entre os candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte, transmitido pela TV Alterosa na noite desta terça-feira (27). Até mesmo as perguntas entre os políticos foram 'mornas'. Durante quase duas horas, um levantou a bola para o outro, dando sinais de como serão firmadas as parcerias no segundo turno. Em algumas ocasiões, Alexandre Kalil (PHS) foi alvo de ataques.
 
A dívida do ex-presidente do Atlético com o município, reflexo da inadimplência com o IPTU, conforme publicado com exclusividade pelo Hoje em Dia, foi destacada. O não repasse do INSS, recolhido dos funcionários da Erkal Engenharia, empresa do candidato, também foi criticada.
 
Em um dos poucos momentos de polêmica, Sargento Rodrigues (PDT), em pergunta a Luís Tibé (PTdoB), questionou a capacidade de Kalil de administrar a prefeitura. “Uma pessoa que diz que não é político e deixa a empresa falir tem condições de administrar BH?”, perguntou. Tibé emendou afirmando que o correto seria “descer na garagem, vender as motocicletas e pagar as dívidas”, fazendo referência às motos que o ex-presidente do Atlético declarou no imposto de renda.
 
Em seguida, Sargento Rodrigues criticou a relação do ex-presidente do Atlético com a Justiça. Recorrendo a anotações, o candidato do PDT ressaltou que o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) decretou falência da empresa de Kalil.
 
Direito de resposta
Segundo colocado nas pesquisas eleitorais, Kalil, que publicou nota afirmando que está recorrendo das ações, pediu direito de resposta. E conseguiu. Em sua defesa, ele disse que os oponentes estão “desesperados por não alojar um palácio na prefeitura. Por isso, eles tentaram fechar uma das minhas empresas”, reagiu.
 
Os demais candidatos aproveitaram as perguntas amenas para apresentar as propostas de governo. Primeiro colocado nas pesquisas, João Leite (PSDB) garantiu que a PBH tem orçamento para que os programas sugeridos por ele sejam implantados. “A prefeitura já assegurou R$ 1,5 bilhão, que pode ser utilizado pelo próximo prefeito”, garantiu.
 
Reginaldo Lopes (PT) criticou as Parcerias Público Privadas (PPP) e defendeu a implantação de Parceria Público Comunitária (PPC) caso seja eleito. Alfinetando Kalil, Délio Malheiros (PSD) disse que na gestão de Marcio Lacerda, atual prefeito de Belo Horizonte, foi desenvolvimento um projeto para que empresas inseridas na dívida ativa, como inadimplência com o IPTU, pudessem quitar os débitos com serviços. E ressaltou que dará continuidade a este programa.
 
“Um laboratório estava devendo a cidade. Por meio deste programa conseguimos agilizar exames. Nosso propósito é fazer com que esse tipo de ideia possa ser implantada”, afirmou. A construção de novas Umeis também foi destacada pelo atual vice-prefeito da cidade.
 
Inspiração colombiana
Com proposta de governo inspirada no sucesso da transformação de Bogotá e Medelin, na Colômbia, Marcelo Álvaro (PR) e Rodrigo Pacheco (PMDB) exaltaram o fato de, em 20 anos, as cidades deixarem de ser exemplo de violência para se transformar em referência em mobilidade urbana. Os dois pretendem implantar um programa parecido em Belo Horizonte, caso sejam eleitos.
 
Formato
Ainda no início, os candidatos foram advertidos sobre as acusações pessoais. Ricardo Carlini, que apresentou o debate, pediu que ofensas não fossem feitas. Ainda conforme o jornalista, dois advogados foram convidados para avaliar o tom das respostas. O político que tivesse a integridade atingida teria um minuto para se defender.
 
Seis blocos marcaram o programa. No primeiro, os postulantes à PBH se apresentaram. Depois, eles responderam a perguntas de jornalistas. No terceiro e quarto blocos, fizeram perguntas entre si. No quinto, responderam a questionamento de internautas. No sexto, e último, fizeram as considerações finais.
 
De fora
Conforme a Legislação Eleitoral, participaram do debate os oito candidatos com representatividade mínima de 10 cadeiras na Câmara dos Deputados. Eros Biondini (Pros), Maria da Consolação (Psol) e Vanessa Portugal (PSTU), portanto, foram excluídos.
 

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