Procura por consórcio cai 12% em seis meses

Raul Mariano
rmariano@hojeemdia.com.br
23/07/2016 às 06:00.
Atualizado em 15/11/2021 às 19:58
 (Cristiano Machado)

(Cristiano Machado)

A falta de confiança do consumidor na recuperação da economia tem afetado até mesmo as formas mais acessíveis de aquisição de bens.

A procura por consórcios de carros, motos, imóveis e serviços registrou queda média de 12,1% de janeiro a maio deste ano, na comparação com o mesmo período de 2015, segundo dados nacionais da Associação Brasileira dos Administradores de Consórcios (Abac).

Apesar de o número de participantes ativos dos consórcios ter permanecido estável nos meses de maio de 2016 e do ano anterior, o ticket médio geral caiu quase 4% no mesmo espaço de tempo – uma retração de R$ 38,1 mil para R$ 36,8 mil. 

Para o presidente da Abac, Paulo Roberto Rossi, a queda está ligada às incertezas econômicas que devem permanecer enquanto a situação política do país não for resolvida por completo. 

“O consumidor pode estar esperando o melhor momento para investir. Há um conjunto de fatores que o leva a isso, a um momento oportuno para a compra. Se pegarmos todos os indicadores econômicos, o que realmente sofreu retração em todos os indicadores foi o segmento de motos. Isso porque são produtos de ticket médio baixo, de um público que teve o poder de renda reduzido ainda mais com a crise”, analisa.

Capital

Em Belo Horizonte, de acordo com vendedores de consórcios de motos, a queda acumulada na venda de novas cotas no primeiro semestre do ano é de aproximadamente 30%. 

“O consórcio oferece muitas vantagens como a venda sem juros e a facilidade de aprovação do cadastro, mas na crise as pessoas deixam de investir”, explica a vendedora Edilene Teodoro, da Moto BH. 

Conforme levantamentos da Abac, o setor de motocicletas e motonetas – segundo maior em número de participantes ativos consolidados do sistema de consórcios – registrou perdas em todos os indicadores no cinco primeiros meses de 2016.

A maior evidência é o volume de créditos comercializados no segmento, que caiu quase pela metade no acumulado de janeiro a maio de 2016 frente ao mesmo período do ano passado, de R$ 5,15 bilhões para R$ 2,87 bilhões.

Serviços

Apenas os consórcios de serviços, que podem ser usados para festas, viagens, reformas e até mesmo cirurgias estéticas registraram crescimento.

O nicho corresponde a uma parcela inexpressiva de todo setor de consórcios, mas segundo dados da Abac, o número de consorciados do setor saltou de 27,6 mil em maio de 2015 para 34,3 mil em maio de 2016.

 Editoria de Arte / N/A 

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