Marcos Valério tenta emplacar delação em acordo com a promotoria

Bruno Moreno
bmoreno@hojeemdia.com.br
Publicado em 21/06/2016 às 20:11.Atualizado em 16/11/2021 às 03:59.
 (Denilton Dias/O Tempo/Estadão Conteúdo)
(Denilton Dias/O Tempo/Estadão Conteúdo)

O empresário Marcos Valério teve ontem a primeira conversa com os promotores do Ministério Público Estadual que investigam o chamado mensalão tucano para negociar os termos de uma possível delação premiada. Condenado a 37 anos de prisão após acusação de ser o operador do esquema nacional que teria garantido governabilidade ao ex-presidente Lula (PT), Valério chegou à 17ª Promotoria de Defesa do Patrimônio Público na gaiola de um camburão do Grupo de Escolta Tática Prisional (Getap). Saiu no mesmo veículo, quase três horas depois.

​O empresário não teve contato com a imprensa. O advogado dele, Jean Robert Kobayashi Júnior, afirmou que o empresário fez uma “delação informal”, que será analisada pelos promotores do MPE.

Kobayashi argumentou que não podia adiantar os termos da negociação. Na semana passada, quando o pedido de delação foi protocolado no MPE, disse à reportagem que as revelações seriam “comprometedoras” tanto para políticos do PSDB quanto do PT em níveis regional e nacional. Ontem, reafirmou a declaração.


Valério cumpre pena na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem. Um desejo dele é trocar o atual endereço por uma Associação de Proteção e Assistência ao Condenado (APAC), em Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

“Eles (promotores) estão analisando. Não podemos falar porque senão perde a eficácia. Vamos aguardar agora o Ministério Público aceitar a delação e homologar o acordo. Foi feita uma delação informalmente, agora vamos fazer formalmente”, explicou Kobayashi.

Condenação
Marcos Valério foi condenado por corrupção ativa, peculato, evasão de divisas, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro na Ação Penal 470, conhecida como mensalão do PT. Valério também teria sido o operador de um esquema que teria arrecadado recursos de empresas públicas mineiras para a campanha de Eduardo Azevedo (PSDB) ao governo de Minas, em 1998. Ele teria desviado os recursos por meio das agências de publicidade DNA e SMPB.

O empresário está próximo de conseguir progressão para o regime semiaberto. O benefício seria concedido a ele em um ano e meio. No entanto, se for condenado no Mensalão do PSDB, perderá esse direito. O interrogatório de Valério na Justiça sobre o esquema tucano está agendado para 1º de julho.

Um dos fundadores do PSDB e ex-presidente da legenda, Eduardo Azeredo já foi condenado em primeira instância à pena de 20 anos e 10 meses de prisão. Recorreu da decisão no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) e aguarda o julgamento em liberdade.

(Com agências Folha e Brasil)

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