Pelos ares de Brasília, o governo de Michel Temer parece estar por um fio. Tanto que o principal assunto que circula pelos corredores de Brasília é a série de decisões que precisam ser tomadas após a queda do presidente, seja pela cassação da chapa que o elegeu junto com Dilma Rousseff ou por renúncia. Há muitas coisas a serem debatidas, já que a situação seria inédita para a nossa democracia. Como político se antecipa sempre, junto com a definição do processo de substituição correm também alguns nomes para concorrer.
Primeiramente, o melhor neste momento seria um nome de consenso entre os principais partidos PT, PSDB e PMDB para que haja uma pacificação. Na verdade, essa pessoa apenas conduziria o país até as eleições de 2018. Bem, esse é o cenário ideal, mas pelo histórico recente dos nossos políticos, é difícil acreditar que todos os líderes tenham esse desprendimento.
Dentre os nomes nesse cenário, o mais forte seria, em teoria, Nelson Jobim, ex-ministro dos governos FHC, Lula e Dilma. O problema é que o banco do qual é sócio foi investigado pela Lava Jato, lá no início da força-tarefa.
Se investigação for requisito para dispensa, Rodrigo Maia, atual presidente da Câmara estaria fora do páreo também, já que é citado nas investigações. Henrique Meirelles, atual ministro da Fazenda também é possibilidade, mas a ligação dele com este governo e a participação na empresa que administra a JBS, pivô da possível queda de Temer, são entrave.
Até a ministra mineira Cármen Lúcia, outro nome bastante comentado, teria problemas para assumir a Presidência, já que não é filiada a nenhum partido, condição constitucional para a indicação.
Se não bastasse o trauma de uma nova troca de presidente, um clima de incerteza tomará conta do poder no país imediatamente após a saída de Temer. O que não pode ocorrer é cada um puxar a sardinha para o seu lado, e querer levar vantagens na escolha dos processos. Já estamos passando por problemas demais e uma demora nessa solução só vai contribuir para a manutenção do estado de paralisia que afeta os brasileiros há pelo menos dois anos.
Não adianta sofrer tantos percalços se não aprendermos com eles. E a classe política tem que parar de pensar no próprio umbigo e, finalmente, pensar no Brasil.