Editorial.

A falta de uma cultura de paz

29/03/2016 às 07:56.
Atualizado em 16/11/2021 às 02:41

Um lugar onde as relações do dia a dia deveriam ser recheadas de respeito, amizade e harmonia. Assim deveriam ser as nossas escolas, públicas ou privadas. Porém, a violência no ambiente escolar, muitas vezes alimentada pelo culto ao ódio e à intolerância que temos vivido nas ruas e virtualmente tem sido cena comum em todo o país, e BH se destaca negativamente nas estatísticas.

Pesquisa recente da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), em parceria com o MEC e a Organização dos Estados Interamericanos (OEI), mostrou que 80% dos alunos da capital mineira presenciaram alguma conduta violenta no período de janeiro a novembro de 2015. E pior, Belo Horizonte registrou percentuais superiores de violência que outras seis capitais brasileiras.

Cerca de um terço das agressões físicas presenciadas e executadas pelos alunos acontecem nos pátios das escolas nos intervalos e pouco mais de 20% dentro das próprias salas de aula, conforme o levantamento.
Sociólogos, pedagogos e outros estudiosos da Educação apontam que, sendo a violência um problema social causado por inúmeros fatores, é preciso que as escolas adotem formas de ensinar que abordem amplamente as diferenças. Um dos objetivos das escolas na sociedade atual é tentar propor atividades em que os jovens possam desenvolver sensibilidade a temas como as diferentes etnias, orientações sexuais e culturais de cada indivíduo.

Outro ponto destacado na pesquisa da Flacso é a necessidade de estímulo a atividades de integração e participação dos jovens. Opinião compartilhada pela Prefeitura de BH, que destaca queda nas estatísticas municipais de violência escolar, promovida principalmente pela introdução de jogos, dança e debates.

Por outro lado, as contendas não são exclusividade das relações aluno-aluno. As mantidas entre aluno-professor e professor-aluno também são motivo de preocupação. Pelo menos 10% dos diretores de escolas afirmaram já ter sofrido ameaças de alunos, de acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública 2015. Dezessete por cento desse universo de diretores já flagraram alunos em posse de arma branca; e mais da metade já presenciaram discussões entre docentes e alunos.
<CW12>Quantas das nossas escolas estão realmente preparadas para contribuir para a formação do cidadão? Vale a discussão.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por