Reportagem nesta edição mostra como um segmento específico do comércio responde de modo mais positivo aos impactos econômicos da pandemia em Minas: o de franquias.
Os números da ABF, a associação brasileira do setor, revelam crescimento de 9% no número de unidades em funcionamento no Estado em relação ao segundo trimestre de 2019. Ainda que, como seria de se esperar, registrando uma queda no faturamento de 36% diante do conjunto de condições e circunstâncias provocadas pelo novo coronavírus.
Tem-se aí um exemplo de como a ação coletiva e conjunta pode ser fundamental em momentos como o atual. Em primeiro lugar, há o suporte do franqueador, que precisa do sucesso dos integrantes de sua rede para crescer e justificar o negócio. E, de igual importância, a capilaridade de uma estrutura que, pelo peso dos números movimentados, acaba por conseguir condições mais vantajosas de negociação com fornecedores e soluções para minimizar efeitos negativos.
É muito mais simples para um grupo de alcance nacional alavancar uma estratégia de presença reforçada no mundo digital do que o pequeno empresário, de forma isolada. Da mesma forma, a ABF conseguiu trabalhar pelo acesso ao crédito público que, como já foi mostrado em diversos exemplos, estava disponível na teoria, mas nem sempre chegou às mãos de quem dele necessitava.
Raciocínio semelhante pode ser adotado para as demais entidades representativas do setor de comércio e serviços, e não só.
Organizações como o Sebrae; o sistema S, e mesmo todo o arranjo do cooperativismo se mostram, agora mais do que nunca, primordiais num esforço de mobilização por soluções que possam ir além daquilo que foi oferecido pelo poder público. Esforço que, felizmente, já se constata, e que certamente terá papel determinante no movimento de retomada da atividade econômica e da busca por tempos menos árduos.
Dos governos, nas três esferas, espera-se que façam sua parte no sentido de oferecer condições macro capazes de fazer mover a roda da economia. E incentivem toda e qualquer iniciativa que ajude não só a salvar empregos e negócios, como a proporcionar a criação de novos. Os mais de cinco meses de pandemia e seus efeitos econômicos já deixaram claro que as soluções têm de levar em conta o conjunto, e não se voltar aos atores individuais.