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Editorial.

A ‘inflação do bom senso’

Publicado em 29/09/2020 às 20:41.Atualizado em 27/10/2021 às 04:40.

Sete meses depois da chegada dos primeiros casos de Covid-19 ao Brasil, é inquestionável o efeito provocado pelo novo coronavírus também na economia. Postos de trabalho fechados, negócios redimensionados ou encerrados e ainda o impacto, para boa parte dos setores, do tempo com restrições amplas de circulação e funcionamento, diante da realidade das pessoas em casa. Houve ainda a necessidade de reduzir jornadas de trabalho (e consequentemente salários) de forma temporária, para impedir que as consequências fossem ainda mais desastrosas do ponto de vista social.

As movimentações econômicas seguem monitoradas pelos principais índices de inflação, que ajudam a balizar reajustes e contratos, como os de aluguel. Chama a atenção a alta de 17,94% nos últimos 12 meses do IGP-M, usado justamente para as locações - é sempre bom lembrar que o percentual não se baseia apenas neste tipo de negociação imobiliária, mas numa cesta de produtos e serviços. Que, como já se sabe, viram os preços dispararem por questões não necessariamente ligadas ao momento - caso de carnes e produtos agrícolas impulsionados pela elevação nas exportações, pagas com o dólar em valor recorde.

Na teoria, o referido índice seria o apresentado quando das negociações para renovação dos contratos. Felizmente, no entanto, não deve ser este o caso. Como, aliás, não o tem sido desde os primeiros meses da pandemia em Belo Horizonte. Dentro das possibilidades, com a tentativa de diálogo e a percepção de que não há como ignorar o cenário desfavorável, verifica-se revisões de valores (para baixo); condições mais favoráveis de pagamento e outros incentivos que não fazem senão ajudar a superar uma situação inédita e delicada.

Este deve ser, efetivamente, o espírito, para bem além dos aluguéis. Obviamente há os custos de produção e distribuição; bem como os diversos fatores que são levados em conta na administração de um negócio para que o mesmo apresente resultados positivos. Qualquer movimento no sentido de repassar índices e custos sem uma adequação à realidade do bolso de cada um, no entanto, traz o sério risco de prejuízo em dose dupla, ao limitar o volume de vendas e ao dificultar ainda mais o acesso da população ao que necessita. O que, traduzido em termos econômicos, leva à recessão, e a uma menor perspectiva de recuperação.
 

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