No próximo em sábado entra em vigor nova etapa da flexibilização das medidas de restrição impostos pela pandemia de Covid-19: a reabertura de cinemas, teatros e casas de espetáculo. E para o fim de novembro está prevista a retomada de feiras e eventos de negócio, além da ampliação dos horários de funcionamento dos shopping centers.
Como os anteriores, passos ditados pelo monitoramento de casos, óbitos e comprometimento de leitos de UTI em decorrência do novo coronavírus. Números que, felizmente, estão em queda. Algo a ser comemorado, sem dúvida, mas que não pode, de nenhuma maneira, esconder uma realidade preocupante: a da possibilidade de uma segunda onda de contágio, como já se vê na Europa.
O que já acontece por lá deve servir de alerta para os lados de cá.
Ainda que o vírus seja extremamente frágil, é quase desnecessário recordar sua capacidade de disseminação e transmissão em proporção geométrica. Em um determinado momento, havia poucas ocorrências no país mas, diante de uma resposta algo demorada, evoluíram para os mais de 5 milhões de infectados e as mais de 157 mil vidas perdidas. E é consenso entre especialistas que uma política mais rigorosa de alguns prefeitos e governadores evitou catástrofe sanitária ainda maior, diante de uma postura no mínimo polêmica do Governo Federal, recusando-se a reconhecer a gravidade da situação.
Diante de uma perspectiva ainda incerta em termos da imunização, é fundamental que a população abrace o conceito de ‘novo normal’ com todas as cautelas mantidas, minimizando ao máximo os riscos e entendendo que tem papel determinante no que diz respeito a um eventual novo aumento de casos.
Por outro lado, espera-se que as esferas do Executivo não desmobilizem toda uma estrutura pensada para o enfrentamento e tenham planos de contingenciamento e ação prontos. Em relação à Covid-19, não se pode nutrir a ilusão de que a situação atual é definitiva e permite um afrouxamento total das medidas e posturas.