Editorial.

A relevância do socorro ao dependente químico

30/11/2018 às 20:39.
Atualizado em 28/10/2021 às 04:00


O consumo de drogas ilícitas é um dos mais graves problemas de saúde pública no mundo. Como tal, precisa contar, permanentemente e também na esfera pública, com um amplo rol de estratégias e ações para mitigar seus impactos sobre a sociedade –- e, claro, sobre os indivíduos, vítimas primeiras e diretas do vício.

Conforme reportagem publicada nesta edição, a capital mineira tem se destacado positivamente na oferta de socorro a dependentes químicos, que cada vez mais aceitam a ajuda para tentar livrar-se de hábitos impregnados de poder destrutivo.
De janeiro a outubro deste ano, nada menos que 14.232 cidadãos foram atendidos na rede pública de saúde da cidade justamente com essa finalidade, um contingente 29% superior ao registrado em todo o ano passado.
A maior parte dos pacientes, desde aqueles que passaram a morar nas ruas aos que ainda não chegaram a tal ponto, é direcionada às quatro unidades do Centro de Referência em Saúde Mental Álcool e Drogas (Cersam AD), localizadas no bairro São Paulo e nas regionais Pampulha, Barreiro e Centro-Sul. 

Ao chegar nesses locais, seja de maneira espontânea ou levados por suas famílias, os dependentes têm acesso a um corpo clínico multidisciplinar, composto por enfermeiros, psiquiatras, psicólogos, terapeutas e clínicos, e a atividades fundamentais para a eficácia dos tratamentos, como as oficinas de artesanato. 

Acima de tudo, sentem-se acolhidos, desenvolvem uma melhor percepção dos caminhos que os levaram ao atoleiro das drogas, convivem com quem experimenta situações semelhantes, aprimoram sua autoestima e ganham força para enfrentar o enorme desafio de mudar de vida.


Em um cenário caracterizado pela perspectiva de grandes cortes nos gastos públicos, o que poderia incluir áreas sensíveis como a da saúde e a da educação, deve-se atentar com critério e carinho às verbas destinadas a manter tais serviços. 

Por maior que seja o caos financeiro do setor público, devastado pela crise fiscal, não se pode prescindir jamais de políticas públicas eficientes como as destinadas à recuperação de usuários de drogas. Para que tenhamos uma sociedade próspera, é fundamental que ela seja formada por pessoas saudáveis e produtivas. 

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