Editorial.

Boa chance para limpar o nome

Publicado em 07/09/2020 às 15:36.Atualizado em 27/10/2021 às 04:28.

Reza a sabedoria econômica que dívidas devem ser evitadas a todo o custo, especialmente se se tratam de despesas que podem esperar. Algo que se tornou muito mais complicado diante do cenário da pandemia. 

Apesar da viabilização de um pacote de auxílio emergencial para as populações de baixa renda por parte do Governo Federal, houve um impacto significativo provocado pelo fechamento de empresas, pela suspensão de contratos de trabalho ou a redução de jornadas e, não menos importante, pela redução da atividade dos trabalhadores autônomos em inúmeros segmentos. Uma situação capaz de desafiar qualquer planejamento financeiro ou capacidade de poupança.

Tanto mais se considerado o fato que os famosos crediários foram, em muitos casos, feitos bem antes da chegada do novo coronavírus e seus impactos. Algumas folhas dos carnês se transformaram em motivo de dor de cabeça e, consequentemente, inadimplência. E dívidas que, embora em valores muitas vezes limitados, ajudam a comprometer ainda mais a situação financeira de famílias inteiras.

Não faltam estudos econômicos e análises que corroboram a tese de que os melhores pagadores são justamente os integrantes das classes menos favorecidas. Até mesmo por isso, aplaude-se a iniciativa de feirões e ofertas especiais de renegociação. O promovido pelo Serasa - hoje braço da multinacional Experian -, tem a expectativa de chegar a 5 milhões de contratos equacionados, entre os débitos de R$ 200 a R$ 1 mil.

Em um momento tão difícil e que exige soluções criativas e capazes de minimizar prejuízos para todos os lados envolvidos, o caminho é mesmo o da conversa e da conciliação. De proporcionar instrumentos para quem quer cumprir seus compromissos, ainda que em condições facilitadas, agora mais do que justificadas. 
Qualquer proprietário de negócio, tenha o tamanho que for, sabe que é preferível receber menos a não receber. O que não se concebe é se valer de uma possibilidade extrema para, de forma premeditada, obter benefícios que representem perdas para a outra parte envolvida. Esses sim são os maus pagadores.
 

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