Belo Horizonte vive, a partir de hoje, mais um grande teste na política de enfrentamento à pandemia, com a reabertura do comércio. Em extensão maior do que a praticada em maio, que acabou levando a novo recuo diante do aumento do número de casos. Espaços como shopping centers e galerias, antes não contemplados, desta vez poderão receber o consumidor, sob a tutela de protocolos rigorosos de prevenção e distanciamento social.
Cenário que projeta, na teoria, e na expectativa de poder público e população, um processo gradual de retomada das atividades, dentro do novo normal. Para que isso ocorra, no entanto, é necessário manter a postura cautelosa, sob todos os aspectos. Se foi possível resistir por cinco meses à impossibilidade de frequentar os estabelecimentos comerciais de forma presencial, não se deve agora adotar postura oposta, numa correria desenfreada que se traduza em aglomerações e risco elevado de contágio pela Covid-19.
As compras não devem ser programa de família; o olhar vitrines e espaços deve, na medida do possível, dar lugar a decisões rápidas e objetivas. Diante de um panorama preocupante e da facilidade de disseminação do novo coronavírus mais do que confirmada, é fundamental não baixar a guarda, e pensar sempre no que possa ser veículo de contágio. De um simples corrimão a maçanetas, banheiros coletivos ou outros espaços. Como infelizmente o inimigo é invisível, deve-se pecar sempre pelo excesso de zelo, por mais que haja garantia de higienização e cuidados redobrados.
Mais do que nunca vive-se uma via de mão dupla em que se proteger significa também pensar em quem precisa estar nas ruas, lojas e outros estabelecimentos para atender e desempenhar outras funções. Até por isso, torna-se importante uma postura proativa, no sentido de evitar situações e locais que possam maximizar o perigo detransmissão. O isolamento social e a autoproteção são, ainda, a única vacina, na falta de uma propriamente dita. Comportamentos que favorecem a transmissão hoje são conhecidos da grande maioria da população, assim como as formas de inibi-la. É, mais do que nunca, momento defazer a escolha certa, para que o pesadelo tenha a menor extensão possível.