Editorial.

Cuidado com as ajudas para esticar o dinheiro

06/01/2020 às 20:22.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:12

Começaram a valer nesta segunda-feira as novas regras envolvendo os juros do cheque especial determinadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Criou-se um limite mensal de 8%, ao mesmo tempo em que passará a ser cobrada taxa de 0,25% nas contas com limites superiores a R$ 500, ainda que o titular não tenha estourado o saldo e necessitado do socorro de seu banco. A decisão foi justificada com a tentativa de proteger a população de mais baixa renda.

Como mostram os especialistas, mesmo com a limitação é possível chegar a um patamar anual de 150%, numa realidade em que a taxa básica não passa dos 4,5% ao ano. Ou seja: continua sendo uma opção a ser empregada apenas em caso de extrema necessidade, com um mínimo de planejamento, para não se transformar numa temida bola de neve. Algo semelhante ao que acontece com crédito rotativo dos cartões de crédito. 

Lógico que numa economia instável e desigual como a brasileira, toda forma de esticar o suado dinheiro é válida, como a rede de proteção capaz de garantir a salvação numa queda livre. É desta forma, no entanto, que deve ser encarada. 

Reza a sabedoria econômica que, um, como o outro, devem ser empregados apenas com moderação, em situação de emergência ou extrema necessidade. No caso dos cartões, sempre vale a máxima de que pagar à vista rende condições melhores – ainda que exija disciplina financeira e capacidade de resistir às tentações até o momento em que se possa adquirir o sonhado bem.

Por outro lado, sempre é bom apostar nos descontos, que podem tornar menos doloroso o compromisso de todo o começo de ano com impostos, taxas e outros compromissos. Percentuais que podem parecer insignificantes se tomados fora de contexto mas que, na ponta do lápis, trazem uma economia bem-vinda. Alguém que pague R$ 1.000 pelo IPVA do veículo em Minas, por exemplo, poderá guardar R$ 60 caso opte pela quitação integral e esteja em dia com a obrigação nos últimos dois anos.

Não é necessário ser expert em finanças para entender que, quanto menos se gaste, menor a possibilidade de necessitar dos instrumentos emergenciais e da armadilha dos juros ainda excessivos.

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