Editorial.

Depois da greve, batalha será no Senado

Publicado em 01/05/2017 às 19:12.Atualizado em 15/11/2021 às 14:21.

Passadas as manifestações decorrentes da greve geral e os protestos sentidos, em escala menor, no 1º de maio, o governo do presidente Michel Temer (PMDB) terá, a partir de hoje, uma ferrenha batalha para aprovar a reforma Trabalhista no Senado. 

Ontem, o presidente deixou claro que vai insistir no argumento da geração de empregos para convencer os senadores. De fato, conforme divulgou o IBGE na última semana, batemos mais um recorde: 14,2 milhões de desempregados. 

Temer está acuado, mas não tem muito a perder, já que não pretende disputar a reeleição em 2018. Isso conta a favor dele. Também pesa o tamanho dos protestos no 1º de maio. Apesar da convocação das centrais sindicais, as manifestações no Dia do Trabalhador foram menores que o esperado pelo governo de Temer. Restaram aos sindicalistas ameaças de novas rodadas de paralisações.  

O principal ponto de discussão, segundo Renan, é a proposta de dar valor maior ao acordado em detrimento do legislado. 

Porém, o presidente não pretende fazer grandes concessões na alteração das leis trabalhistas, como fez no caso da reforma da Previdência. Na avaliação de governistas, as mudanças nas regras previdenciárias terão impacto maior na opinião pública que as relativas às alterações trabalhistas. 
Temer conta com um fator inesperado que pode dificultar a tramitação. O presidente do Senado Eunício Oliveira (PMDB) foi hospitalizado na semana passada. Depende dele um acordo com os líderes para agilizar a aprovação. 

Para colocar mais lenha na fogueira, Renan Calheiros conta com o aliado Edison Lobão (PMDB), presidente da Comissão de Constituição e Justiça, para barrar a matéria. No resumo da ópera, as grandes decisões que podem tirar o país do atoleiro podem ser influenciadas por uma queda de braço semelhante à provocada na Câmara pelo então presidente Eduardo Cunha (PMDB), já preso.

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