Reza a sabedoria popular que ‘a ocasião faz o ladrão’. Desde que boa parte da população começou a adotar hábitos de proteção e cuidados mais rigorosos; o sistema de segurança das grandes cidades ganhou o auxílio das câmeras e a tecnologia se difundiu, o mundo virtual se transformou na nova seara dos criminosos. Por meio dele, é possível, remotamente, ter acesso a dados bancários, senhas e informações reservadas, que abrem as portas de contas bancárias, permitem esvaziar saldos e fazer operações fraudulentas, muitas vezes sem deixar rastros.
É inegável que os principais alvos das quadrilhas cibernéticas são pessoas de menor familiaridade com a tecnologia, que tendem a se deixar levar por mensagens e links traiçoeiros, sem tempo para questioná-los. Por outro lado, alguns métodos são tão sofisticados que conseguem se passar por call centers e atendentes das instituições reais em todos os detalhes. Foi assim, por exemplo, nos casos em que se sugeria uma falha no cartão de crédito, que deveria ser encaminhado a um motoboy que o recolheria.
E novidades como o auxílio emergencial ou o PIX também se transformaram em terreno fértil para a ação dos amigos do alheio. O sistema eletrônico que facilitará as transações bancárias sequer entrou em funcionamento e já existem golpes em prática. Em uma semana, empresas especializadas em segurança digital identificaram mais de 40 páginas falsas, criadas para roubar dados sigilosos e alimentar a prática do crime.
Investe-se hoje como nunca em sistemas de monitoramento e proteção; programas anti-vírus mais potentes e completos e em dispositivos que, de alguma forma, desencorajem a ação dos ladrões virtuais. Por outro lado, a mesma inteligência que atua ao lado do cidadão também trabalha para ludibriá-lo, em busca do ganho fácil e ilegal. Não basta buscar vencer essa corrida interminável, ou investir em campanhas de conscientização para diminuir o número de ocorrências, ainda elevado. É determinante dotar os órgãos de segurança de instrumentos capazes de combater os crimes cibernéticos, e endurecer ainda mais a legislação. A internet foi uma das principais criações do século XX mas, como também mostram as fake news e fenômenos do tipo, pode ser extremamente perigosa se não se coibir os comportamentos nocivos.