Os tempos que precederam a pandemia de Covid-19 no país não eram dos melhores do ponto de vista econômico, mas pelo menos proporcionavam alguma condição de empreender, algo que, em se tratando de Brasil, é extremamente complicado. Por conta de todo o aparato burocrático envolvido e, especialmente, da falta de suporte público, mesmo com a criação de dispositivos como o Simples e o Microempreendedor Individual (MEI), que buscaram facilitar a empreitada e aumentar a formalidade.
Houve quem, de forma justificada, se programasse para iniciar as atividades justamente em março, quando o decreto municipal determinando o fechamento de todas as atividades não-essenciais entrou em vigor.
O que se transformou não em ducha de água fria, mas num tsunami em direção de planos, investimento e trabalho dedicados à missão. Assim como no aspecto de saúde, o novo coronavírus não escolheu impactados do ponto de vista financeiro, seja entre empregadores, seja entre empregados. E tornou mais delicado o caminho de quem apostava no próprio negócio.
Como se vê também entre empreendimentos há mais tempo no mercado; felizmente houve uma rápida capacidade de adaptação para boa parte dos que se colocaram nestes tempos complicados.
A busca pela qualificação e orientação por meio do Sebrae registrou grande alta, assim como o percentual dos negócios que intensificaram sua presença no mundo digital.
Uma forma não só de trabalhar pela sobrevivência imediata, mas de entender e se antecipar às mudanças provocadas com a pandemia, inclusive em termos de consumo.
Visto por um prisma generalista, o momento realmente não seria o mais adequado a investir economias e tempo em um novo negócio. Por outro lado, para além do chavão segundo o qual “nas crises aparecem as oportunidades”, criou-se novas necessidades, desejos e formas de oferecer produtos e serviços, inclusive em vácuos deixados por quem não conseguiu resistir, ou não soube se adaptar. Também deste espírito criativo e insistente virá parte da energia que fará a roda da economia girar em velocidade mais próxima da habitual, de modo a deixar os efeitos da crise para trás em menor tempo.