Em Minas Gerais, não bastasse a crise financeira, vários municípios estão enfrentando a escassez de água em pleno período de chuva. A situação crítica já levou inclusive 43 cidades a decretar situação de emergência. Outras três adotaram a mesma postura agora em janeiro, com o reconhecimento pela Coordenadoria Estadual de Defesa Divil (Cedec). Também no início deste mês, sete municípios foram obrigados pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) a fazer rodízio ou racionamento, sendo seis no Norte e um no Leste do Estado.
A secretaria de Desenvolvimento e Integração do Norte e Nordeste de Minas (Sedinor) considera a situação caótica e preocupante. Para se ter uma ideia, em Guaraciama, no Norte do Estado, cidade com uma população de 5 mil habitantes, que vive praticamente da agricultura familiar, a Defesa Civil já está tendo que fornecer cestas básicas aos moradores. O abastecimento de água é feito a cada dois dias e, nas áreas mais distantes, o recurso hídrico só chega por meio dos carros-pipa.
Já no município de Montes Claros, também no Norte do Estado, os moradores também sofrem com o rodízio, sendo o abastecimento feito a cada dois dias. A capacidade do reservatório de Juramento, que abastece 65% da cidade, chega a 22%. A Copasa está tentando melhorar a captação na região com um projeto onde foram investidos R$ 1,3 milhão. Em outras cidades de Minas, a estatal também tem feito um trabalho de recomposição das matas ciliares.
Os municípios afetados pela escassez de água podem pleitear recursos e benefícios fiscais por um período máximo de seis meses, podendo ser renovado caso haja necessidade comprovada.
Para minimizar esse grave problema, cabe agora uma maior conscientização da população para evitar o desperdício e torcer para que as chuvas se intensifiquem neste resto de mês para a recomposição do nível dos reservatórios. No município de Montes Claros, um forte temporal castigou a cidade no último sábado.
No país, o nível dos reservatórios ainda continua satisfatório, o que propiciou ao governo federal reduzir a utilização das térmicas, beneficiando o consumidor. Essas usinas têm custo mais elevado para a geração de energia.