Os roubos são a modalidade de crime que mais dá à população em geral a sensação de insegurança por ocorrerem com maior frequência e em praticamente todas as regiões da cidade. E quando se fala em combate à criminalidade sempre nos queixamos da quantidade insuficiente de policiais nas ruas. Mas é preciso muito mais que presença policial para evitar a ação de ladrões em toda a cidade.
Quem andou pelas ruas da capital mineira no Carnaval percebeu um aumento do número de agentes de segurança em relação ao ano passado. A medida teve efeito na queda significativa no número de ocorrências e aumento no número de prisões, segundo a PM.
O maior contingente evita sem dúvidas a ação dos bandidos oportunistas, que fica sempre à espera de uma oportunidade para agir. Aí sim, uma resposta rápida da polícia após ser acionada aumenta muito as chances do criminoso ser preso.
Para que o aumento do efetivo acabasse com os roubos, no entanto, teríamos que colocar um militar em cada cruzamento, o que naturalmente é inviável.
A criminalidade também é móvel. Nenhum grupo age em determinada região por muito tempo. Eles procuram onde o policiamento é menor para agir e mudam de bairro quando o policiamento é reforçado. Por isso, alguns locais têm picos de ocorrências, como apresentamos nesta edição.
A ação planejada de grupos de assaltantes, como aquelas contadas pelas vítimas ouvidas na reportagem, fazem parte de uma rede bem maior de negócios e agentes que não se vê à luz do dia. Estamos falando principalmente dos receptadores e dos vendedores dos materiais roubados, que ajudam a “desaparecer” com os produtos levados.
O combate se dá por meio de estratégia e investigação. É preciso localizar os integrantes dessa rede, e inviabilizar o funcionamento dela. Falta uma força-tarefa entre policiais, ministério público, fiscais tributários e o Poder Judiciário para descobrir pessoas e empresas que lucram com a negociação de materiais roubados e puni-las de forma exemplar.
Precisamos devolver ao cidadão de Belo Horizonte a tranquilidade de andar nas ruas com confiança de que a cidade não será dominada por criminosos.