Editorial.

Fiscalização contra ciladas na estrada

Publicado em 29/10/2020 às 21:06.Atualizado em 27/10/2021 às 04:55.

Sair de cena, nunca saiu. Mas já houve um certo controle da prestação do “serviço”, com o aumento da fiscalização e a disseminação de informações acerca dos perigos do transporte clandestino. Com a pandemia, a preocupação voltou. E há um perigoso recrudescimento de tal ilegalidade em todo o Estado. 
Conforme o Hoje em Dia Mostrou, em menos de dez meses os flagrantes em veículos sem autorização para conduzir pessoas - até em nível intermunicipal - já superaram os registros contabilizados em todo o ano passado. E o Norte de Minas é uma das principais dessa atividade, que anda sempre lotada de inúmeros riscos aos passageiros.

Os veículos sem autorização não têm garantia das condições de segurança, pois não são vistoriados levando-se em conta este fim, nem tampouco seguem as normas sanitárias de prevenção à Covid-19. E o alerta contra a condução irregular de passageiros é reforçado com a chegada do feriado prolongado, quando a tendência de aumento da demanda. 

Vale lembrar que não é raro que se constate condições precárias nos veículos usados pelos clandestinos, como pneus carecas, equipamentos danificados, falta de cintos de segurança e placas apagadas.

Até o início de outubro, 450 automóveis foram removidos nas rodovias estaduais ou de responsabilidade do Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem (DER-MG) – em 2019 foram 435. Além de ter o carro levado pelo guincho, o motorista é multado em R$ 1,4 mil, o que não parece assustar quem insiste na prática.
Trata-se, como se sabe, de um problema crônico nas grandes cidades brasileiras, mas que torna-se agudo em períodos de crise econômica, como o atual, provocado pela pandemia, que empurrou milhares de trabalhadores para a informalidade, em busca de uma garantia mínima de renda. 

Mesmo com essa necessidade real, não se justifica colocar em risco a vida de quem, na grande maioria das situações, foge do serviço legalizado para economizar, porque também tem os bolsos mais vazios. Quando não há bom senso ou respeito às normas vigentes, cabe ao poder público atuar para evitar tragédias, ampliado a fiscalização. Se necessário, ainda mais. 
 

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por