Editorial.

Há outras preocupações além da Covid-19

Publicado em 17/08/2020 às 08:22.Atualizado em 27/10/2021 às 04:18.

A Covid-19 já causou este ano mais mortes de mulheres em Minas do que o câncer de mama, forma mais comum e uma das mais agressivas. Mais uma estatística que confirma o grau de letalidade de uma doença que já vitimou mais pessoas no país do que qualquer outra causa, clínica ou não. Além de quase monopolizar a estrutura de tratamento intensivo, já bastante ampliada em relação à capacidade original, tanto em Belo Horizonte quanto no restante do Estado.

Desde o início da pandemia, no entanto, levantou-se uma preocupação justificada sobre as demais enfermidades e quadros que exijam atenção médica. Se em muitos casos as cirurgias eletivas, cujo adiamento não traria risco, foram efetivamente postergadas, há condições que demandam acompanhamento constante. Tanto mais pelo fato de serem, em muitos casos, potencializadores dos efeitos da Covid-19, ao também exigir uma resposta imune do organismo, que assim se fragiliza diante de um novo fator externo.

É bem verdade que o temor do contágio pelo novo coronavírus e a preocupação em respeitar o distanciamento social acabaram por inibir a procura das pessoas pelo auxílio adequado. Algo que se vê já a partir da oferta de cobertura vacinal, que esbarra na resistência, especialmente dos pais, em expor seus pequenos a condições teoricamente arriscadas.

Não se pode, no entanto, deixar de lado uma rotina de exames, consultas, avaliações e tratamentos que, em seu conjunto, são a resposta necessária a outras enfermidades e condições congênitas. O sistema de saúde tem feito o possível para garantir que tais atividades prossigam sem interrupções e, especialmente no caso dos tumores de qualquer natureza, sabe-se como a precocidade e o uso de todo o tipo de terapia adequada da forma mais premente possível são fundamentais para potencializar as chances de cura. 

Ainda que respeitando as recomendações para evitar o contágio pela Covid, é fundamental que os portadores de quaisquer condições clínicas sérias não relaxem no monitoramento e no tratamento. As vidas que importam não são apenas as ameaçadas pelo novo vírus.

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