Editorial.

Importante sinal de força que vem do campo

Publicado em 14/08/2020 às 09:29.Atualizado em 27/10/2021 às 04:17.

Os números de 2020 do setor agropecuário em Minas Gerais mostram uma realidade extremamente positiva, na contramão do que se verifica em diversos segmentos econômicos, impactados pela pandemia de Covid-19. Não só houve aumento de 6,4% na safra de grãos em relação a 2019 como o volume de exportações nos sete primeiros meses do ano apontam para um superávit da ordem de US$ 4,5 bilhões e um volume de vendas que deve chegar a dezembro superando os US$ 9 bilhões. Com vários casos de países que, mesmo igualmente atingidos e impactados pela Covid-19, aumentaram o volume comprado dos produtores do Estado.

Uma resposta mais do que relevante a algo que, para muitos especialistas, seria um fator desfavorável para as contas mineiras: a prevalência de agricultura, pecuária e do minério na pauta de exportações. Os dois primeiros um pouco menos, e o terceiro mais, sujeito à volatilidade dos mercados. Além de teoricamente, por se tratarem de bens primários, serem menos valorizados e remunerados em relação ao volume produzido.

Não se pode, de forma alguma, ignorar ou desencorajar vocações históricas e competências amplamente estabelecidas. Evidentemente a diversificação e a diferenciação na oferta de produtos e o investimento na manufatura de alta tecnologia são objetivos a serem alcançados, de forma complementar à atual oferta. E como demonstram momentos como o atual, vêm justamente do agronegócio os números que não apenas mostram a pujança do setor, mas também representam a manutenção e mesmo a criação de empregos num cenário delicado. A alta recente do dólar fez com que a receita obtida se multiplicasse e, mesmo em tempos de incertezas, as perspectivas futuras são bastante positivas.

Melhor de tudo é constatar que muito desse otimismo vem do aumento da produtividade e da preocupação cada vez maior com o produto acabado. Além dos cafés nobres, admirados em todo o mundo, queijos, azeites e vinho ganham qualidade e reconhecimento. O que abre perspectivas para toda uma cadeia produtiva e hoje já chega a 162 países. O campo hoje tem a possibilidade concreta de ser o principal motor da recuperação econômica do Estado e, por isso, mais do que nunca merece ser apoiado e fomentado. O resultado se vê nas mesas, mas principalmente nas contas públicas.

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