Editorial.

Moedas políticas de troca

08/04/2016 às 21:30.
Atualizado em 16/11/2021 às 02:52

Falta pouco para chegarmos à segunda-feira 17 de abril, dia em que a Câmara dos Deputados tomará a decisão de afastar ou não a presidente Dilma Rousseff e mandar o pedido para votação ao Senado Federal. Os próximos dias serão cruciais para as negociações, que já são feitas por ambos os lados.

A oposição torce para que pelo menos 15 dos deputados federais ainda indecisos sobre o pedido de afastamento resolvam votar a favor do impeachment. Os partidos contrários à Dilma têm certeza de 327 dos 342 parlamentares necessários para dar prosseguimento ao processo.

Do outro lado, a situação precisa de 172 votos, nos quais são contadas também as abstenções, para que o processo não prossiga. Hoje, estima-se que 151 dos 513 integrantes da Câmara estejam com a presidente Dilma Rousseff na luta contra o impeachment.

As futuras participações de membros dos grandes partidos divididos e dos nanicos em um possível governo Michel Temer são a barganha utilizada pela oposição. Na mesma moeda, o governo negocia com esses mesmos parlamentares cargos desocupados pelo PMDB e que podem ser remanejados por interesse.

O mais bizarro e talvez inédito (pelo menos para os mais jovens) dessa fase pela qual passa a política brasileira é ver a coisa acontecer tão escancarada para todo mundo. As negociações, a politicagem, os bastidores que, claro, o brasileiro sabe que acontece, sempre aconteceu, e ao que parece sempre acontecerá, mas existe aquela pontinha de esperança típica do nosso povo de que os políticos são eleitos para defender os interesses do cidadão, não os deles próprios.

Depois da batalha por votos na Câmara, caso o pedido de afastamento aprovado, começará a guerra por um a um dos senadores. É que, após passar pela casa legislativa dos federais, o processo segue para a aprovação do Congresso Nacional. Aí veremos mais negociatas aconteceram frente aos nossos olhos.

O próximo dia 17 será decisivo e ficará para a história do Brasil, ainda mais se as manifestações prometidas tanto por pessoas pró-impeachment (são esperadas mais de 500 mil) quando por favoráveis a Dilma Rousseff. Vamos torcer para que, de uma forma ou de outra, vença o país.

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