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Editorial.

Nunca sairemos do lugar

Publicado em 08/03/2017 às 21:17.Atualizado em 15/11/2021 às 13:40.

Uma das principais características do novo Brasil que começou a se desenhar no início deste século foi a conquista da possibilidade de acesso de uma parte da população a bens e serviços que eram quase que exclusividade dos ricos. Um desses espaços foi a universidade, reservadas praticamente a quem tinha dinheiro ou para cursar faculdade particular ou para pagar cursinho e buscar, com sorte, uma das poucas vagas de universidades públicas. 

Os programas de financiamento, criados ainda na gestão FHC e ampliados na gestão Lula, garantiram a ida de milhões de pessoas para o ensino superior. Mas os números que vão sendo consolidados mostram como o momento pelo qual o Brasil passa afeta todos os ramos da vida do cidadão, e não só emprego e renda. É uma reação em cadeia, onde quem tem menos dinheiro e são marginalizados acabam sendo os principais prejudicados. 

Os dados que apresentamos hoje na nossa página temática de Educação mostram queda no número de estudantes negros e com renda menor do que um salário mínimo que se formaram no ensino superior em 2015, em relação a 2014. 

Nota-se que não trata-se de alunos que deixam de entrar nas universidades. Levando-se em conta que a maioria dos cursos dura quatro anos, essas são pessoas que já estavam assistindo aulas e, por algum motivo, não chegaram a completar o curso. 

A influência da crise é inevitável. Porém, mais do que isso: certamente há relação com a redução das bolsas de estudo fornecidas pelo governo federal, política iniciada ainda no segundo mandato de Dilma Rousseff e mantida no governo atual. 

Mais uma vez, como dissemos aqui há alguns dias, a educação é encarada como uma pasta qualquer, onde os repasses significam custos e não, investimentos, como deveria ser. Investimento em pessoas capazes de tirar o país desse buraco, em gente que tem no curso superior a chance de garantir um aumento da própria renda e da família inteira, na correção de erros históricos e de décadas de exclusão de negros e pobres. 

Enquanto escolhermos o ajuste fiscal no lugar do apoio à educação, sempre vamos perder tudo aquilo que, com muito custo, foi conquistado, e nunca sairemos do lugar. 

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