Editorial.

O consumo e o novo normal

Publicado em 07/08/2020 às 21:58.Atualizado em 27/10/2021 às 04:14.

A pandemia de Covid-19 acabou impactando indiretamente vários setores por conta das restrições à circulação. O mais visível e significativo deles, o econômico. Com as pessoas em casa e vários estabelecimentos impedidos de abrir as portas, além de medidas temporárias como as reduções de jornada e salários, a renda média da população caiu significativamente. Foi necessário ainda encontrar novas formas de comprar e vender, de modo a manter as atividades dentro do que era possível e evitar consequências ainda mais desastrosas.

O consumidor já se aventurava pelo universo digital de forma cada vez mais representativa. Nada que se aproximasse, no entanto, dos números verificados a partir de março, com os aplicativos de celular ou computador praticamente indispensáveis. Não por acaso, os pedidos em supermercados dispararam 457% em menos de seis meses. E, como mostram números em matéria desta edição, mais da metade da população pretende manter o hábito no que diz respeito às compras de itens alimentares e de limpeza. Seja por comodidade, seja por ainda temer a evolução da situação sanitária à espera de uma imunização eficaz.

Quem já se mostrava preparado para atender à demanda conseguiu sair na frente, ajustando-se à procura aumentada. Por outro lado, quem ainda não trabalhava com o conceito de delivery precisou acelerar os planos, diante da falta de alternativas e das incertezas envolvendo a própria sobrevivência. De restaurantes elegantes a pequenos sacolões, passando por serviços de autônomos, todos passaram a abraçar um modelo de negócio que se mostra inexorável e sem volta. Que não representa o fim do comércio presencial convencional, mas, por outro lado, será cada vez mais complementar e representativo.

Para os especialistas, a situação provocada pelo novo coronavírus antecipou um quadro que se imaginava para daqui a quatro ou cinco anos. E que será a marca do novo normal. Especialmente considerando o dinheiro mais escasso e o cenário de recessão que se projeta para o futuro próximo, será cada vez mais decisivo ouvir e entender o consumidor em suas demandas e expectativas, oferecendo soluções adequadas. Mais do que nunca, é hora de se despir de preconceitos ou ideias arraigadas para garantir o sucesso de um negócio.

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