Em meio a uma onda de indicadores negativos e sinais preocupantes que marcaram a atividade econômica desde o início da pandemia, há setores que mostram reação de certa forma até surpreendente. E fornecem indicativos de reação que podem ajudar a colocar novamente em funcionamento a roda da produção, do consumo e da geração de empregos. Exatamente o que acontece com a construção civil em Minas. E, mais especificamente, em Belo Horizonte, com a geração de 2.223 novos postos de trabalho no último mês.
O setor foi dos poucos que puderam se manter ativos nos períodos de maiores restrições à circulação e ao funcionamento de negócios. Mantendo, desta forma, os cronogramas originais. Por outro lado, havia o natural temor sobre os efeitos da diminuição média da renda na demanda por imóveis. Especialmente no que diz respeito aos empreendimentos comerciais, diante de um panorama de fechamento de empresas e redimensionamento de atividades.
Por outro lado, os economistas começavam a enxergar o investimento em imóveis como um caminho natural diante da incerteza envolvendo outros tipos de ativos. O que se justifica pela solidez e pela maior resiliência, condições fortemente desejadas em momentos como o atual. E, como acontece em toda crise, cria-se um momento de oportunidade, com condições mais vantajosas para quem pode aproveitá-las. Parece ter sido exatamente o caso, levando-se em conta o crescimento na venda de imóveis residenciais novos na capital e em Nova Lima no mês de julho: 74,43% em comparação com o mês anterior. Mais do que isso, segundo melhor desempenho no ano, atrás apenas de janeiro. Há ainda a redução da taxa Selic e, por consequência, dos percentuais cobrados nos financiamentos. E, com nome diferente, mas proposta semelhante, um programa federal de fomento do acesso à casa própria em faixas de renda mais baixas.
Condições que justificam o otimismo e a tranquilidade de um ramo de atividade que já mirava 2020 com expectativa positiva. E que, na contramão de vários outros, responde de forma animadora aos desafios econômicos.