Editorial.

Obras no Anel, só no papel, até quando?

Publicado em 05/04/2017 às 19:06.Atualizado em 15/11/2021 às 14:01.

O grave acidente na manhã de ontem no Anel Rodoviário de Belo Horizonte, na altura do Bairro Betânia, onde um caminhão em alta velocidade teria perdido o controle e bateu em pelo menos outros dez veículos, deixando seis vítimas feridas, sendo duas em estado grave, poderia ter repetido a tragédia, na mesma região, ocorrida em janeiro de 2011. Em uma sexta-feira de trânsito congestionado no local, uma carreta desgovernada atingiu vários carros, matando cinco pessoas e deixando outras 13 feridas, chocando a população de Belo Horizonte.

Só neste ano, pelo menos dez acidentes graves já foram registrados no Anel. Motoristas que trafegam pelo local enfrentam diariamente o calvário do trânsito congestionado em vários trechos, principalmente nos horários de pico. Transitar na via é conviver com o medo e a insegurança e ter habilidade para tentar se livrar de uma eventual tragédia.

Com 27 quilômetros de extensão, o Anel Rodoviário foi construído na década de 50 como alternativa para veículos de carga que passavam pelo Centro da capital. Era também uma forma de facilitar o acesso às regiões Nordeste e Oeste de Belo Horizonte com mais rapidez. A via se encontra com a BR-381, na altura dos bairros Goiânia e Nazaré, e se estende até o bairro Olhos d’Água, na confluência das BRs 356 com 040.

Com o passar dos anos e um fluxo superior a 60 mil veículos por dia, o Anel Rodoviário está saturado. No entanto, os projetos para a readequação se arrastam desde 2010 e não saem do papel. Em fevereiro deste ano, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) comunicou ao Departamento Estadual de Estradas de Rodagem (DER) que o projeto apresentado por este “não atende aos parâmetros técnicos”, o que significa que os aspectos de estrutura, desapropriação e meio ambiente não tinham condições de aceitação. Mais quantas mortes serão necessárias para que as autoridades deem início às obras na via? 

É necessário também cobrar agilidade nas obras da “rodovia da morte”, a BR-381, entre Belo Horizonte e João Monlevade. Atualmente um dos grandes gargalos da BR, o trecho que liga a capital a Caeté também sequer saiu do papel. Até quando?
 

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