A reeleição do prefeito Alexandre Kalil em Belo Horizonte animou sobremaneira o comércio, um dos setores mais impactados pelas medidas sanitárias restritivas adotadas como forma de conter o avanço do coronavírus na capital. Também um dos que mais pressionaram o Executivo a flexibilizar as regras, cobrando a retomada das atividades, em lojas, bares e restaurantes, mesmo quando as estatísticas indicavam que o mais prudente caminho a seguir era manter portas fechadas para evitar aglomerações e, consequentemente, descontrole dos casos de Covid-19.
Em Minas Gerais, a doença já atingiu 359.991 pessoas e matou 9.015. Em Belo Horizonte são 51 mil casos registrados e desde a última sexta-feira já foram mais 607 casos de Covid na cidade.
No breve discurso após a oficialização da fácil vitória nas urnas, no domingo à noite, Kalil acenou com carinho para o comércio, anunciando que era chegada a hora de socorrer “quem quase quebrou”.
Questão é saber como isso se dará. A gestão da pandemia, com o rigor adotada e medidas embasadas na avaliação de técnicos da área da saúde - e não de políticos ou representantes classistas - sem dúvidas pesou na escolha do eleitor ao dar vitória expressiva ao atual prefeito.
O comércio defende ampliação de horários de atendimento, self-service funcionando novamente e até menos rigor na fiscalização. Isso, num momento em que a taxa de transmissão do coronavírus se aproxima do nível vermelho em BH novamente. Trata-se do maior patamar desde 30 de junho.
Hora de ligar o alerta novamente e atender expectativas de quem considerou a quarentena fundamental para salvar vidas ou de priorizar a recuperação econômica? Um dos desafios de Kalil será agora equacionar tais questões. Vamos ver como será.