Editorial.

Passou da hora de fazer a parte de cada um

Publicado em 23/09/2020 às 09:50.Atualizado em 27/10/2021 às 04:36.

Seis meses de pandemia não foram suficientes, pelo visto, para que muita gente se conscienti-zasse de seu papel no enfrentamento à Co-vid-19 em Belo Horizonte. Como a situação em todo o mundo tem mostrado, não há ação pú-blica preventiva capaz de garantir, por si só, a redução dos riscos e um cenário para a redução da curva de contágio pelo novo coronavírus. É necessário adotar posturas e protocolos que dispensam determinação legal; medidas que boa parte da população, felizmente, abraçou e tem seguido à risca.

Há no entanto, quem continue acreditando que se trata de exagero. Seja por não acreditar no perigo representado pela enfermidade (ape-sar das mais de 140 mil mortes registradas no país, que deveriam ser motivo suficiente de convencimento). Ou, diante dos seis meses de res-trições à circulação, por terem concluído que a paciência e a capacidade de adesão chegaram ao fim. Nos dois casos, adota-se posturas peri-gosas, como a ausência do uso da máscara; a formação de aglomerações e o desrespeito ao distanciamento social.

Infelizmente, como bem cita o especialista ouvido pelo Hoje em Dia, muitos confundem flexibilização com banalização. Se vários seto-res tiveram seu funcionamento novamente per-mitido, em nenhum momento houve qualquer orientação no sentido de afrouxar as medidas de proteção e cuidados sanitários. O vírus se-gue como uma ameaça presente, perigosa e invisível - basta ver como em países europeus que tinham a situação controlada voltam a sur-gir preocupações. Países que, diferentemente do Brasil, agiram deforma coordenada e firme para limitar a proliferação da doença.

É preciso ter bem claro que a possibilidade de novo recuo forçado é real, como mostra a elevação do índice de transmissão para níveis-limite. Se as outras estatísticas de controle da pandemia na capital seguirem o mesmo cami-nho, não haverá outra alternativa. E como já ocorreu em maio, todo o esforço de reabertu-ra consciente terá sido desperdiçado. Não por culpa do poder público, mas por posturas ir-responsáveis e condenáveis de vários cida-dãos. Para quem ainda não se convenceu, está nas mãos de cada um impedir que a tris-teza de estabelecimentos fechados e a neces-sidade imperiosa de permanecer em isola-mento não voltem a ser algo concreto. 

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