Editorial.

'Queimão' das dívidas para sair da degola

Publicado em 10/11/2020 às 08:37.Atualizado em 27/10/2021 às 05:00.

Em setembro, nada menos do que 67,1% das famílias relataram ter dívidas a pagar, o maior resultado desde julho de 2013 e o terceiro maior patamar da série histórica. Triste retrato do impacto econômico da pandemia no país. Traduzindo em “cabeças”, são atualmente 62,7 milhões de pessoas com dívidas em atraso no país. 

A taxa de desemprego chegou a 14% no mês passado, o mais alto percentual desde o início da pandemia. A renda do trabalhador está achatada e, com queda no poder de compra, vem a elevação do endividamento.

Ontem, a Serasa anunciou um “queimão” do estoque devido por milhões de consumidores, que poderão quitar dívidas por apenas R$ 50. 

A ação faz parte do 26º Feirão Limpa Nome, que permite renegociar dívidas atrasadas com até 99% de desconto e participam da iniciativa mais de 50 empresas de diversos segmentos, como lojas de departamento, companhias telefônicas, bancos e faculdades. 

Sem dúvida, um alento que pode ser a saída para a situação de degola orçamentária de muitas famílias. Ainda mais diante de um cenário que ainda se prenuncia sombrio e de recuperação econômica lenta. A segunda onda de contaminação pela Covid-19 já bate à porta. É realidade em vários países da Europa. Por aqui, acabamos de flexibilizar diversas atividades e o comércio começa a dar sinais de otimismo com a melhora dos números de venda para o Natal, mesmo sem perspectiva das tradicionais contratações temporárias. 

Isso deixa claro que postos de trabalho fechados demorarão a ser novamente oferecidos; negócios que encerraram as atividades não darão lugar a outros por algum tempo. Talvez longo tempo. Todo mundo já entendeu que é preciso se reinventar. Mas também que é preciso tomar um bom fôlego antes da empreitada.

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