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Editorial.

Saldo negativo do emprego é alerta

Publicado em 07/10/2020 às 21:02.Atualizado em 27/10/2021 às 04:44.

A evolução da situação sanitária e o processo de retomada das atividades em Minas Gerais não escondem (e nem devem) o impacto econômico e social provocado pela pandemia. Os números mais recentes do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia, mostram que, no Estado, o saldo de postos de trabalho gerados e fechados nos oito primeiros meses do ano está no vermelho, com 69.983 vagas negativas. 

Um fenômeno até certo ponto esperado mas, ao mesmo tempo, desigual, considerando que alguns segmentos sofreram mais do que os efeitos da quarentena e a transformação do patamar presencial no digital como principal plataforma comercial no auge das restrições à circulação. Sem poder abrir as portas, muitos estabelecimentos optaram por fechá-las definitivamente, trazendo, a reboque, dispensas de empregados. Comércio e serviços foram os que mais se ressentiram do quadro de exceção, o que se origina da impossibilidade em oferecer produtos virtualmente (caso dos bares); da dificuldade de acesso ao crédito para manter as contas em dia e superar o momento mais difícil, e também do efeito bola de neve provocado pelo cenário recessivo. Se outras empresas de outros setores também demitem, reduzem jornadas e salários ou redimensionam as atividades, há menos dinheiro em circulação para manter o movimento e garantir o fluxo de caixa.

Para algumas atividades, o pior pode ter passado, mas as perspectivas ainda são tímidas. Como pensar em grandes eventos que movimentem toda uma rede de fornecedores, além do setor de hospedagem? Os próprios protocolos sanitários impostos como parte do esforço de reabertura reduzem capacidade de atendimento, criam novas despesas e exigem uma adaptação nem sempre simples.

Ainda que os especialistas acreditem na capacidade de recuperação já em meados de 2021, é importante ressaltar que isso não ocorrerá sem políticas de incentivo, qualificação e parcerias com quem quer empreender. A alta no número de registros de empreendedores individuais serve de alento, mas, sozinha, não será capaz de recolocar a roda da economia girando na velocidade ideal. É preciso manter a visão macroeconômica, criando condições gerais para deixar a fase negativa para trás e, pelo menos, voltar aos trilhos.
 

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