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Editorial.

Sete bilhões na praça

Publicado em 09/03/2017 às 21:12.Atualizado em 15/11/2021 às 13:41.

A liberação dos recursos das contas inativas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) despejará mais de R$ 7 bilhões na economia a partir de hoje. É apenas a primeira data para o saque do dinheiro para os 4,8 milhões de trabalhadores brasileiros nascidos em janeiro e fevereiro, 500 mil deles em Minas.
É nosso papel apresentar orientações de como utilizar o dinheiro, e todos os especialistas ouvidos até hoje, desde o ano passado, quando o governo anunciou a medida, orientam as pessoas a pagar as dívidas. 

Até mesmo as associações de lojistas, que deveriam estar fazendo campanha para que as pessoas gastem esses recursos em compras, indicam o pagamento de dívidas como primeiro caminho. Eles não estão doidos. É que essa crise fez com que as pessoas não honrassem os compromissos. Muitos lojistas têm ainda dinheiro a receber de clientes, e, por consequência, também não pagaram os fornecedores. 

Hoje vamos saber se o brasileiro adquiriu alguma consciência financeira depois de uma crise sem precedentes. A prudência parece que vai falar mais alto neste momento. Pelo menos, é o que a gente torce.

Já o governo espera que as pessoas gastem para que ele abocanhe parte desses recursos. Não se esqueçam que temos a maior carga tributária do mundo. Se todo esse dinheiro fosse para consumo, mais de 30% seriam destinados a impostos. Mas mesmo que haja uma prudência maior do trabalhador, uma parcela considerável desse montante será devorada pelos tributos. Não dava pra pensar que o governo não iria tirar algum proveito, não é!?

O que não se pode é parar por aí. A liberação do FGTS até agora é a única medida mais ampla de ajuda ao trabalhador e, de reboque, às empresas para a crise desde o começo desse governo. Muita coisa que foi prometida não foi feita. Além disso, a austeridade nas contas está prejudicando o funcionamento de serviços essenciais, como educação e saúde, que não deveriam estar nos cortes. 

A medida de liberação de recursos é muito boa sim, e pode começar a aliviar um pouco alguns setores e fazer o brasileiro voltar a consumir. Mas será preciso mais do que esses R$ 30 bilhões do FGTS até o fim do ano para que o país volte a um nível econômico condizente com a sua importância para o mundo. 

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