Editorial.

Sinais de alento numa economia em crise

Publicado em 14/08/2020 às 20:40.Atualizado em 27/10/2021 às 04:17.

Os efeitos da pandemia de Covid-19 na economia brasileira são inegáveis, e podem ser analisados pelos prismas de vários indicadores, sempre em queda na comparação com o começo de 2020 ou o mesmo período de 2019. 

Um deles que preocupa duplamente é a escalada do desemprego que, na última semana de julho, segundo dados do IBGE, saltou para 13,7% da população economicamente ativa. O que confirma, de forma indireta, o menor volume de renda em circulação, assim como uma capacidade geral de compra também reduzida. E se não há compra, não há como os setores produtivos se recuperarem aos níveis anteriores, tampouco voltarem a contratar.

Reportagem publicada nesta edição mostra, no entanto, que um momento delicado do ponto de vista financeiro também tem oferecido oportunidades. E que trabalhadores por conta própria (autônomos) vêm conseguindo driblar o cenário desfavorável para aumentar o volume de vendas e crescer. A ponto de registrarem desempenho superior até ao verificado antes da pandemia.

Um esforço que exige, além da competência na atividade escolhida, planejamento, capacidade de divulgação valendo-se da força das redes sociais e, como cita um especialista, empatia, para se aproximar do cliente como nenhum grande negócio conseguiria. Oferecer mais do que um “simples” produto ou serviço de modo a provocar uma satisfação que gere fidelidade e leve a ampliar a potencial clientela por meio do bom e velho boca a boca.

Nunca é demais lembrar que tais empreendimentos, ao ganhar corpo, acabam gerando contratações, movimentam o mercado de insumos e trazem inúmeros benefícios diretos e indiretos. E podem colaborar de forma decisiva para uma retomada econômica que se sabe difícil e incerta. 

Não se pode encarar cada negócio de forma isolada, mas parte de um conjunto de grande relevância social e financeira. Até por isso, é fundamental a atenção e o incentivo público, por meio da oferta de crédito, de qualificação e do acesso sem burocracia ou entraves. Pensar apenas nas grandes corporações é, além de equivocado, uma forma de limitar um potencial imenso, inclusive, de recuperação.

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