Editorial.

Só menor velocidade desacelera acidentes

10/07/2018 às 21:40.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:20

 O acidente ocorrido na madrugada dessa terça-feira na Avenida Antônio Carlos, na Barragem da Pampulha, envolvendo um carro e um ônibus do Move, além de ter deixado seis feridos – e, por sorte, não ter provocado óbitos –, trouxe à tona um problema que tem se tornado crônico na capital, por mais que as autoridades tentem apertar a fiscalização: a irresponsabilidade de condutores de veículos como causadora de sinistros no trânsito.

Na batida da Pampulha, o motorista do carro, que disse estar voltando de uma festa, perdeu o controle da direção em uma curva, no sentido bairro, e bateu de frente no coletivo, que seguia para o Centro. 

No teste do bafômetro, o rapaz teve registrados 0,23 miligramas de álcool por litro de ar expelido (pouco mais do que uma lata de cerveja) e foi constatado que ele não possuía habilitação para dirigir carros, só motos – e, ainda assim, estava com carteira vencida. 

Ambas as infrações são gravíssimas, conforme o Código de Trânsito Brasileiro, mas a polícia ainda investiga uma terceira: pelos danos e imagens colhidos no local, o condutor poderia estar circulando em velocidade acima da permitida para a via. 
Como destaca esta edição do Hoje em Dia, os excessos no acelerador, profundamente vinculados à irresponsabilidade e à imprudência no trânsito, ainda são uma das principais causas de acidentes em todo o país. 

É fato que uma das armas para combater o problema – a fiscalização, sobretudo a eletrônica –, tem crescido na capital, nos últimos anos, e com bons resultados. Conforme a PBH, de 2004 a 2015, houve redução de 2,64 para 0,89 (por 10 mil veículos) na taxa de mortalidade no tráfego da capital. Hoje, a média de multas na cidade para quem trafega acima dos limites chega a 950 por dia.

Mesmo assim, e a despeito do peso no bolso – as multas vão de R$ 130 a R$ 880, dependendo do quanto se ultrapasse o limite máximo de cada local – parece que muitos motoristas ainda se mostram alheios à lei. Preferem se arriscar e, claro, colocar a vida de outras pessoas em risco. Instalação de mais ferramentas para inibir os apressados e elevação dos valores das multas seriam boas medidas de combate ao problema. Mas a grande mudança, de fato, só virá da conscientização de cada condutor. 

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