Em vez de sossego após anos e anos de trabalho, dor de cabeça. Muita dor de cabeça, para dizer o mínimo, e um rombo considerável num orçamento geralmente já comprometido com despesas diversas.
Constantemente, os idosos são alvo de criminosos fraudadores e, com isso, é cada vez maior o número de golpes praticados contra aposentados. Muitas vezes, os segurados ficam endividados e até com o “nome sujo” na praça, sem saber. E ao se perceberem roubados, começa uma via-sacra para resolver as pendengas geradas.
Entre os golpes mais comuns, o do empréstimo consignado, como o Hoje em Dia mostrou na edição de ontem.
Em outubro, o governo federal editou a Medida Provisória 1.006/20, que ampliou de 35% para 40% o limite de comprometimento da renda de aposentados e pensionistas que recorrerem ao consignado. A decisão veio como uma forma de mitigar os efeitos da pandemia e garantir a injeção de recursos na economia. No entanto, trouxe o temor de transtorno ainda maior para grande parte desse segmento da população, que muitas vezes já sofre com o superendividamento e ainda arca mensalmente com as despesas da família.
O temor virou realidade. Com o aumento da margem de crédito, estelionatários cresceram os olhos e o tamanho do abuso num sistema falho. Conseguem criar até senhas no site da Previdência Social para realizar empréstimos à revelia dos beneficiários. Ou seja, nem é mais o caso de dizer que os idosos “deram bobeira”.
É preciso instituir outras formas de verificação de dados, como o cruzamento de informações – data de nascimento, nome da mãe, número do benefício, residência declarada do beneficiário e até região de solicitação do empréstimo. Tudo o que for possível e preciso para proteger o legítimo cidadão de bem.