A grande surpresa das eleições 2020 foi a pane no sistema de divulgação dos resultados pelo TSE. Situação inédita para o país desde a adoção do sistema eletrônico de votação, considerado até então um exemplo de modernidade, agilidade e confiabilidade. Culpa da ação de hackers de diferentes partes do mundo, foi o que alegou o Tribunal. Mas talvez seja o caso de revisar decisão que centralizou a contagem e apuração no TSE. Na melhor das análises, o que aconteceu foi que o sistema não aguentou o volume de dados.

Não foi a única decepção. O aplicativo lançado para facilitar o sistema de justificativa para quem estivesse fora do domicílio eleitoral também deixou milhões de usuários sem acesso ao serviço.

Tudo isso no mesmo dia em que o presidente do TSE anunciou que o Tribunal já estuda informatizar totalmente o processo de escolha dos candidatos a partir da próxima eleição, majoritária, quando os brasileiros vão eleger presidente da República, deputados, senadores e governadores. Certamente, muitos ajustes precisarão ser feitos.

Assim como em Belo Horizonte. Eleito com folga expressiva em turno único de votação para um mandato de mais quatro anos, Alexandre Kalil já sai das urnas cacifado para nova disputa: o governo do Estado, daqui a dois anos.

Ao que tudo indica, o que algumas pesquisas apontaram – que as eleições municipais deste ano evidenciariam o desejo do eleitorado de garantir a continuidade de gestões consideradas positivas no combate à pandemia – se confirmou. 

Vale lembrar que BH foi uma das últimas capitais a iniciar a flexibilização da quarentena e que as decisões eram tomadas seguindo recomendações de uma equipe de epidemiologistas. Bem diferente do que se viu em outras cidades do país.

Mas ao renovar o voto de confiança em Alexandre Kalil os belo-horizontinos certamente querem ver algo mais. Até porque, nem nos piores pesadelos o eleitor concebe a ideia de que a pandemia vá se estender por um mandato inteiro. Deus nos livre!