Editorial.

Volta da cultura, sem abrir mão da cautela

Publicado em 08/10/2020 às 20:52.Atualizado em 27/10/2021 às 04:45.

Como parte do processo de retomada das atividades em Belo Horizonte com a evolução da situação da pandemia, o próximo passo anunciado pela Prefeitura é o dos espaços culturais, como cinemas, teatros, museus e galerias de arte. O que deve ocorrer em até duas semanas, levando-se em conta um protocolo específico elaborado pela Belotur e pela Secretaria Municipal de Cultura, com o aval do Comitê de Enfrentamento de Combate à Covid-19. E pressupõe, como em todos os segmentos anteriormente contemplados, uma readequação de espaços, acessos e volume de público.

Destacam as autoridades municipais que o funcionamento de boates, a organização de shows e festas com maior volume de público não estão contemplados nesta etapa da flexibilização, que permitirá a volta de atividades suspensas há sete meses, por conta do caráter estritamente presencial. O que, em maior ou menor grau, trouxe impactos econômicos, especialmente considerando os espaços privados.

Não se pode, no entanto, interpretar cada nova fase de inserção no ‘novo normal’ como um convite a abandonar cautelas e recomendações sanitárias. Especialmente considerando-se o aumento recente no nível de contágio do novo coronavírus na capital, um dos indicadores levados em conta pelos especialistas para determinar cada passo em termos de restrições ou flexibilizações. A prudência, até agora importante aliada, não pode ser deixada de lado em nome de qualquer pretenso interesse, ou da constatação de que praticamente todas as atividades estão permitidas. Ao contrário, é justamente a maior circulação de pessoas decorrente de tais manobras o motivo de preocupação quanto ao que possa vir a ser uma segunda onda de contágio.

Com mais de um semestre decorrido desde a determinação da quarentena e tudo o que se sabe a respeito da Covid-19, não faltam subsídios para direcionar as políticas públicas; tampouco informação confiável para orientar a população sobre as condutas a serem adotadas. É fundamental que poder público e cidadãos façam, respectivamente, a sua parte. Sempre levando-se em conta de que não se pode por enquanto cogitar um cenário de normalidade que dispense ações preventivas. Ir ao cinema, a exposições ou a teatros sim, mas sempre respeitando todas as determinações - o que vale para clubes, shoppings, lojas, transporte coletivo e demais espaços.
 

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