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A merenda corrompida em Minas e o enriquecimento inusitado de Perrella

Do Hoje em Dia
28/06/2012 às 07:21.
Atualizado em 21/11/2021 às 23:09

É grave a denúncia de assalto às verbas do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) descoberto pela Polícia Federal em Montes Claros, praticado por uma empresa do irmão do senador Zezé Perrella. Este era presidente do Cruzeiro, em julho do ano passado, quando morreu o senador Itamar Franco (PPS-MG). Como primeiro suplente pelo PDT mineiro, Perrella assumiu a vaga para um mandato de sete anos e meio, no dia 11 de julho passado.

Empresário modesto do setor de carnes, ele começou a ficar conhecido como dirigente do Cruzeiro. Foi eleito deputado estadual e deputado federal, mas não conseguiu se eleger senador em 2002, ficando em quarto lugar. Perrella tem tido atuação discreta no Senado. Não se conhece o uso que ele faz do cargo, mas é de se duvidar que esteja honrando a trajetória política do homem a que veio suceder, sem ter buscado o voto consciente dos eleitores mineiros.

Este jornal tem-se revelado atento à trajetória de Zezé Perrella, denunciando seu enriquecimento inusitado, tanto como empresário, quanto como dirigente esportivo e político. Por enquanto, a Polícia Federal e o Grupo de Combate às Organizações Criminosas, do Ministério Público mineiro, parecem concentrar suas atenções num irmão do senador, o empresário e ex-presidente do Cruzeiro Alvimar de Oliveira Costa, o Alvimar Perrella, e no sócio deste na Stillus Alimentação, José Maria Fialho, atual vice-presidente do Cruzeiro.

A Stillus teria fraudado licitação da Prefeitura de Montes Claros, no valor de R$ 19 milhões, para fornecer merenda escolar a escolas públicas municipais. Infelizmente, não é um caso isolado esse assalto aos recursos do PNAE, que têm crescido exponencialmente. Seu orçamento saltou de cerca de R$ 1,5 bilhão em 2006 para R$ 3 bilhões no ano em que Perrella se tornou senador.

Denúncias de desvios pelas prefeituras têm-se tornado frequentes, país afora. São elas que se responsabilizam, em última instância, por fornecer a cada aluno da rede pública, durante o período letivo, alimentação com um mínimo de 350 quilocalorias e nove gramas de proteína. Para muitos desses alunos, seria essa a principal alimentação do dia, por causa da pobreza de suas famílias.

O que se verifica, no caso tratado com o devido destaque pelo Hoje em Dia, é um crime ignóbil. É tirar comida da boca de crianças necessitadas, para se enriquecer corrompendo funcionários públicos de município de uma região carente ao extremo.

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