A paralisação do desenvolvimento do Brasil

Hoje em Dia
Publicado em 22/02/2013 às 06:18.Atualizado em 21/11/2021 às 01:14.

É aguardada para o dia 1º de março a divulgação oficial do Produto Interno Bruto de 2012 calculado pelo IBGE. Mas o Banco Central divulgou estimativa de crescimento de 1,6% do PIB, no mesmo dia em que o eventual candidato do PSDB à presidência da República, senador Aécio Neves, discursou da tribuna do Senado e afirmou que o Brasil parou.

O senador mineiro fez em Brasília um contraponto à festa, em São Paulo, com a presença da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula, pelos dez anos de governo do PT. Enquanto os petistas trombeteavam as diferenças entre seu governo e o de Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, Aécio Neves tratou de apontar 13 fracassos dos adversários que teriam conduzido à paralisação do país.

O senador oposicionista tem razão em considerar um crescimento de 1,6%, segundo a estimativa do BC, como uma parada da economia, pois tal crescimento está bem abaixo das necessidades de desenvolvimento do país e mal acompanha seu crescimento populacional. “O Brasil parou. Os pilares da economia estão em deterioração”, afirmou Aécio Neves.

Desse modo, surpreende, até certo ponto, o lucro líquido recorde do Banco do Brasil em 2012, divulgado na quinta-feira (21): R$ 12,2 bilhões. O recorde ocorre justamente no ano em que o banco, acatando orientação do governo, reduziu as taxas de juros. É verdade que contribuiu para o resultado a venda de imóveis no valor de R$ 1,1 bilhão e a reversão de R$ 476 milhões reservados para cobrir calotes de clientes, pois a inadimplência foi menor que o previsto.

Antes, a Caixa Econômica Federal havia divulgado lucro de R$ 6,1 bilhões, valor 17% superior ao obtido em 2011. Por sua vez, os empréstimos da Caixa aumentaram 42%, somando R$ 353,7 bilhões em 2012. Analistas observam que o lucro maior dos dois bancos estatais, comparativamente ao do Bradesco, Itaú e Santander, se deve aos aportes do Tesouro Nacional, a juros subsidiados. Desde 2008, esses aportes no Banco do Brasil, Caixa e BNDES teriam somado perto de R$ 350 bilhões. Só para a Caixa, no ano passado, foram repassados R$ 22 bilhões.

Para tentar reanimar o setor industrial, o mais atingido pelo déficit de desenvolvimento do país, o governo editou Medida Provisória para desonerar a folha de pagamentos de 15 áreas da economia. Quarta-feira (20), após acordo com a oposição, conseguiu que a MP fosse aprovada na Câmara dos Deputados. Mas, em vez de 15 setores, foram mais de 40. Entre eles, fabricantes de armas..

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