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A soberania de Cunha: doleiro confirma que peemedebista recebeu US$ 5 mi

Da Redação
primeiroplano@hojeemdia.com.br
Publicado em 08/04/2016 às 07:08.Atualizado em 16/11/2021 às 02:51.

O doleiro Leonardo Meirelles afirmou ontem, em depoimento no Conselho de Ética da Câmara, que o doleiro Alberto Youssef confirmou a ele que repassou cerca de US$ 5 milhões ao presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a mando do lobista Júlio Camargo. Meirelles disse que o montante foi repassado ao peemedebista em espécie, já transformados em reais.

O caso é mais um capítulo da novela que se transformou o processo de cassação de Cunha no Conselho de Ética da Câmara. Cunha pediu ao Supremo Tribunal Federal que proibisse Meirelles e outros acusados de corrupção na “Lava Jato” de comparecerem perante ao Conselho. A ministra Carmen Lúcia negou.

Meirelles teve que pagar o deslocamento e a estadia em Brasília. Cunha, pela primeira vez, não respondeu ao pedido do presidente do Conselho para custear o transporte da testemunha de acusação. Fato inédito. Como inédito tem sido o processo do presidente da Câmara.

Segundo na linha sucessória brasileira (depois de Temer, Cunha assume a Presidência da República, em caso de vacância), o peemedebista dá celeridade diferente ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Enquanto o processo para impedi-la terá duração máxima de pouco mais de quatro meses, o pedido de cassação de Cunha arrasta-se há cinco meses e não tem perspectiva alguma de desfecho. Está só no início.
É com esse prognóstico que os deputados do Conselho reuniram-se ontem para ouvir o doleiro delator na “Lava Jato”.

Contratos fictícios
Segundo Meirelles, em abril de 2012, Youssef o informou que cerca de US$ 5 milhões seriam depositados em contas dele no exterior. Youssef disse, segundo o doleiro, que ele deveria providenciar contratos fictícios de prestação de serviço para justificar a transferência.

Meirelles disse que, devido ao alto valor do montante, Youssef confirmou que os cerca de US$ 5 milhões que seriam depositados viriam de Júlio Camargo, mas não comentou os motivos que levaram o lobista a pedir para fazer a transferência.

Em depoimento anterior, Julio Camargo disse ter pago US$ 5 milhões a Cunha. Segundo o lobista, o presidente da Câmara o teria pressionado a transferir o montante como pagamento por ter ajudado a viabilizar contratos de navios-sonda de empresas coreanas e japonesas com a Petrobras.

Entrega
Após receber o dinheiro no exterior, o doleiro Meirelles disse que “arrecadou” os cerca de US$ 5 milhões em reais e levou para o escritório de Alberto Youssef. De acordo com Meirelles, o valor em espécie foi levado ao Rio de Janeiro pelo ex-policial federal Jaime Careca - que atuava como entregador de Youssef.

“Fiz a entrega sem saber quem era. Uma semana depois, em almoço, o Alberto comentou informalmente de quem se tratava”, disse o doleiro. Segundo Meirelles, Youssef disse que o valor foi entregue em um condomínio na Barra da Tijuca, na capital carioca, mesmo bairro onde Cunha possui residência.
(*) Agência Estado

Arte Cunha Dilma


 

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