Dois filmes mineiros são premiados no Festival de Brasília

Paulo Henrique Silva *
24/09/2012 às 23:20.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:33
 (Junior Aragão)

(Junior Aragão)

  BRASÍLIA – Duas produções mineiras dominaram as premiações da categoria de longa-metragem em documentário, na entrega dos troféus Candango do 45º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, ocorrida na noite de ontem, no Teatro Nacional Claudio Santoro. “Otto”, de Cao Guimarães, e “Elena”, de Petra Costa, receberam, respectivamente, os prêmios de melhor filme do júri oficial e do júri popular.   Além de melhor filme, “Otto” ainda recebeu os Candangos de melhor trilha sonora, para o duo O Grivo, também de Minas Gerais; e fotografia, feita por Guimarães e Florencia Martinez. Um dos mais importantes realizadores do Estado na atualidade, o cineasta fez um filme muito pessoal, mas sem deixar de lado as experimentações com a imagem que marcam seu trabalho.   Guimarães acompanhou a gestação de seu filho Otto até o nascimento, numa grande celebração de amor a sua esposa, Flor. A história do relacionamento é narrada pelo diretor, que relembra o encontro numa sala de cinema de Montevidéu, no Uruguai, em que ela era a única espectadora na sessão de “Andarilho”. Nenhum integrante da equipe estava no teatro para receber os troféus.   “Elena” é outro filme muito pessoal, dirigido pela mineira Petra Costa, sobre a superação da morte de sua irmã, Elena, filha de um casal de Belo Horizonte que participou da resistência contra a ditadura. Com o uso de imagens caseiras e fitas K-7, Petra reconstitui a vida de Elena e de sua família até o suicídio da irmã, nos Estados Unidos, onde tenta a carreira de atriz.   Muito emocionada, Petra dedicou os troféus à memória de Elena, além de destacar que, “por muito tempo, acreditava e desacreditava no poder de comunicação (de seu trabalho) com os espectadores” e que agora espera que o filme saía do gueto independente e chegue “no Brasil afora”. O longa ganhou ainda os troféus de direção, montagem e direção de arte.   A animação mineira “Valquíria” recebeu o prêmio de melhor filme da categoria, superando o conterrâneo “Mais Valia”, de Marco Túlio Ramos. Resultado do trabalho de conclusão do curso de Belas Artes na Universidade Federal de Mina Gerais, a produção usa a técnica de stop-motion, com peças de metal no lugar da tradicional massinha. A história é inspirada livremente na ópera “O Anel de Nibelungo”, de Wagner.   Na categoria de documentário em curta-metragem, o diretor mineiro Kiko Goifman, hoje residindo em São Paulo, subiu ao palco para receber o Candango de melhor curta-metragem de ficção, por “Vestido de Laerte”, sobre o cartunista Laerte.    (*) O repórter viajou a convite da organização do 45º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro

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