Filme "Primeira Coisa Bela" estreia na sexta

Paulo Henrique Silva - Do Hoje em Dia
21/06/2012 às 08:52.
Atualizado em 21/11/2021 às 22:59
 (Divulgação)

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Alguns dos filmes mais sensíveis da "Bota" reverenciam mães voluptuosas e batalhadoras, como "Belíssima" (1951), de Luchino Visconti, com Anna Magnani, e "Duas Mulheres" (1960), de Vittorio de Sica, com Sophia Loren.

Depois do auge dessa cinematografia, que atravessou as décadas de 1950, 1960 e 1970, a personagem continuou sendo evocada, com destaque para "Malena" (2000), "Respiro" (2002) e, mais recentemente, "Primeira Coisa Bela", que entra em cartaz na sexta-feira (22) em BH.

Ao passar a limpo esse tipo de figura como um dos alicerces do drama italiano, a safra de filmes mais recentes enaltece o papel solitário dessas figuras femininas numa sociedade preconceituosa, formada por homens que, apesar de secretamente atraídos por elas, não ousam enfrentar suas esposas. Não bastassem, por serem liberais e bonitas, essas mulheres ainda são tachadas de prostitutas.

Acerto de contas

O incômodo gerado na comunidade se reflete principalmente na prole. Esse é o ponto de partida do longa de Paulo Virzi, no qual um professor universitário, covarde na maneira de encarar a vida, reencontra a mãe (Stefania Sandrelli, de "Divórcio à Italiana") em estágio terminal, o que leva a um indigesto, mas essencial, acerto de contas com seu passado.

Um dos pontos altos é a forma como essas duas linhas narrativas são trabalhadas, sem prejudicar o ritmo e, principalmente, confluindo para um desfecho forte, e como há muito tempo não se via no cinema italiano.

O filme se transforma numa elegia emocionante à família, não importando o quanto ela é desestruturada e desunida. E na medida exata para fugir da caricatura, erro que vitimou parte da produção mais recente do país.

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