Mais de 170 curtas de George Méliès ganham a tela do Humberto Mauro

Paulo Henrique Silva - Do Hoje em Dia
17/12/2012 às 11:53.
Atualizado em 21/11/2021 às 19:40
 (Divulgação)

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Em "A Invenção de Hugo Cabret", o diretor Martin Scorsese resgata um pouco da história do pioneiro George Méliès. Mesmo enveredando pela ficção, o filme é fiel ao seu final de vida, em que, falido, se viu obrigado a se tornar vendedor – distante do papel desempenhado como um dos criadores da linguagem cinematográfica.

O mundo fantástico gerado pelo realizador francês é tema de uma ampla retrospectiva na mostra "Primeiro Cinema: o Gênio de Méliès", cartaz a partir desta segunda-feira (17) no Cine Humberto Mauro, com entrada franca. Serão exibidos mais de 170 curtas-metragens do diretor, um ilusionista de sucesso na Paris do final do século 19 que se tornaria o "pai da ficção científica no cinema".

Efeitos especiais

Méliès se encantou pelo cinema no exato momento em que ocorreu a primeira exibição pública de um filme, em 28 de dezembro de 1895, no Grand Café da capital francesa. Ele era um dos espectadores que se assustaram ao ver, na tela branca, um trem em movimento avançar na direção deles. Cena que é reproduzida em "A Invenção de Hugo Cabret".

Precursor dos efeitos especiais no cinema, como no célebre "Viagem à Lua" (1902), em que um foguete atinge o "olho" da Lua, Méliès produziu mais de 500 filmes num estúdio construído por ele em Paris. Muitos deles estão desaparecidos. De acordo com Ursula Rösele, da gerência de cinema do Palácio das Artes, a mostra é originária de uma coleção em DVD lançada recentemente na França e que estava inédita no Brasil. "É a reunião mais completa da obra de Méliès", afirma.

Ritmo

Ursula destaca que a retrospectiva é uma oportunidade para ampliar a visão sobre a importância do cineasta para o desenvolvimento da linguagem cinematográfica, como o uso do humor e o domínio do ritmo, driblando a limitação das câmeras fixas.

"Poucas pessoas sabem que ele foi um dos pioneiros da colorização dos filmes, antes da cor surgir na década de 1930. Era uma técnica muito complexa, em que Méliès pintava diretamente na película, quadro por quadro", detalha.

Uma das atrações da mostra é a exibição da versão colorizada de "Viagem à Lua", restaurada após 18 anos de trabalho e lançada no Festival de Cannes de 2011. Juntamente com essa cópia será apresentada a versão em preto e branco.

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